terça-feira, 14 de junho de 2011

Leitor de código de barras de boletos para pagamento por internet banking

Em busca de um leitor de código de barras de boletos para pagamento por internet banking, encontrei o modelo Minyscan Pro. O site do fabricante é: http://www.minyscan.com.br. Encontrei à venda na Atera, uma loja da qual já sou cliente faz tempo. Oferece um recurso interessante, segundo as informações dos sites: você aperta um botão nele e o seu navegador (Internet Explorer) é aberto automaticamente no seu internet banking. Espero que seja bom mesmo.

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domingo, 12 de junho de 2011

Jobs e o Marketing

Quando se pensa em Marketing chega a ser difícil não pensar no Steve Jobs planejando até a abertura das embalagens dos produtos e querendo pintar até o interior da carcaça dos monitores antigos.

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Quem faz o Marketing

"O Marketing é importante demais para ser deixado a cargo apenas do departamento de marketing!"
David Packard

terça-feira, 7 de junho de 2011

Marketing e sociedade – Aplicações do Marketing: social, político, esportivo, cultural, religioso, etc.

Resenha - Semana 6 (Marketing e sociedade – Aplicações do Marketing: social, político, esportivo, cultural, religioso, etc.)

Lucas Tiago Rodrigues de Freitas

Textos escolhidos:

  • 11 - FIRAT, A.. Beyond critical marketing. Journal of Marketing Management, Vol. 25, nº. 7/8, p. 831-834, Set. 2009.

  • 29 - WILKIE, W. L. e E. S. MOORE. Marketing´s Contributions to Society. Journal of Marketing, v.63, nº. especial, p.198-218. 1999.


O Marketing existe como forma de distribuir produtos para o crescimento da economia ou para ampliar o bem-estar das pessoas? O trabalho de Firat (2009) analisa o Marketing de um ponto de vista crítico: ao invés de servir a um modelo de defesa do capitalismo ou do socialismo, os estudos de marketing devem permitir uma melhor compreensão. O Marketing crítico deve se valer dos estudos de pensadores de destaque histórico, de outras áreas: deve ser estudado como um fenômeno com papel central na sociedade. A disciplina de Marketing é vista como uma “disciplina de negócios” e muitos pesquisadores não se veem como cientistas sociais (o que levaria à adoção de uma visão mais crítica). A ideia de que um determinado sistema (capitalismo, socialismo etc.) é o melhor e que deve ser expandido deve ser deixada de lado: deve-se pensar em uma “ordem de múltiplas ordens”.

O trabalho de Wilkie e Moore (1999) começa com uma descrição dos benefícios advindos dos cem primeiros anos do sistema de Marketing, a partir da análise de fatos do cotidiano de algumas pessoas ao longo do tempo. No início do século passado, donas de casa gastavam cerca de 7 horas por semana lavando roupa e carregavam 9000 galões de água para casa por ano; apenas 25% dos lares contavam com o serviço de água corrente e apenas 3% com o serviço de energia elétrica. Cozinhar, assar pães e preservar comida tomavam 42 horas por semana. Muitas roupas também eram feitas em casa. Além disso, a taxa de mortalidade infantil era elevada (uma em cada dez crianças morria) e a expectativa de vida era de 47 anos em 1900. Surgiram novos equipamentos de diagnóstico, analgésicos, processos de teste de produtos que possibilitaram melhorar as condições de vida. A chegada da eletricidade nos lares também possibilitou, numa integração dos sistemas de marketing, financeiro, produtivo e tecnológico, dentre outros, a chegada de novos aparelhos que mudaram o modo de vida das pessoas: lavadoras de roupa e de louças, aspiradores, condicionadores de ar, televisões, sistemas de som. Os sistemas de transporte também sofreram grandes mudanças. Com todo esse contexto, o estilo de vida no final do século passado já estava completamente diferente do jeito de viver dos habitantes do início do século – no qual o sistema de marketing passou a ser considerado. Arquitetos, contadores e advogados usam princípios do marketing para manter sua clientela. Organizações sem fins lucrativos e governos também se valem de ações de marketing para conseguir seus objetivos. A importância da marca também é ressaltada: orienta o comportamento do consumidor e dá uma referência de contato para a solução de problemas, além de simbolizar ideais e status social. Uma das características mais fortes do Marketing nos Estados Unidos é facilitar as transações, o que poupa tempo e esforço dos consumidores e aumenta as possibilidades de compra: lojas com horário de funcionamento extendido, lojas de conveniência etc. Os anúncios trazem três benefícios: reduzem os custos de distribuição, auxiliam a entrada de novos concorrentes e fortalecem a aceitação de inovações. Os produtos também podem ser incrementados para oferecerem mais aos consumidores: uma pasta de dentes pode oferecer a limpeza dos dentes, o combate ao mau hálito e ao tártaro e também branqueamento. Enfim, o Marketing provocou imensas mudanças sociais através da divulgação, adaptação e promoção de produtos, dando acesso a um novo estilo de vida, completamente diferente do que os nossos antecipados conheciam.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Mercados e segmentação, Marketing de serviço e Marketing de varejo

Administração de Marketing

Resenha - Semana 5

(Mercados e segmentação, Marketing de serviço e Marketing de varejo)

Lucas Tiago Rodrigues de Freitas

Textos escolhidos:

· 12 - GOMES, Henrique. Marketing de serviço: estudo de um caso. Revista de Administração de Empresas, Vol. 27 (1), p. 63- 70, 1987.

· 21 - PARENTE, J., KATO, H. T. Área de influência: um estudo no varejo de supermercados. Revista de Administração de Empresas, v. 41, nº 2, p. 46-53, São Paulo, ab/jun 2001.

O trabalho de Parente e Kato (2001) analisa a área de influência (trading área) no varejo de supermercados. O desempenho dos supermercados depende muito da localização da loja, devido à grande parte dos clientes morar numa região não muito distante. Os supermercados também não conseguem definir uma distância exata de onde vêm os seus clientes, ou seja, sua área de influência. Porém, alguns estudos utilizam técnicas que podem ajudar a determinar essa área. Uma dessas técnicas é o customer spotting (mapeamento de clientes): os endereços dos clientes são representados por pontos em um mapa na região do supermercado, podendo-se analisar em que região eles se concentram, a partir de um raio com origem na loja. A região que compreende de 60% a 75% dos clientes é chamada de área de influência primária; a área de influência secundária, em torno da primária, compreende de 15% a 25% dos clientes; a área de influência terciária, ao redor da secundária, engloba o restante dos clientes, aproximadamente 10% do total. As novas tecnologias computacionais estimulam pesquisas desse tipo devido à facilidade no relacionamento de vários dados simultaneamente, que podem ser trabalhados através de um sistema de informação geográfica (GIS): densidade demográfica, endereços dos clientes, das lojas e dos concorrentes e disposição de ruas e avenidas. O comportamento do consumidor também pode influenciar no desempenho dos supermercados: os consumidores costumam realizar suas compras em mais que uma loja: a localização da loja, o preço, as promoções, a qualidade do serviço e os concorrentes podem influenciar na escolha do cliente. Nesse contexto da área de influência, Parente e Kato (2001) realizaram uma pesquisa com cinco supermercados de uma mesma rede em São Paulo, no segundo semestre de 1999: foram escolhidas lojas de diferentes portes e em diferentes regiões sócio-demográficas. Em cada loja foram escolhidos probabilisticamente 800 clientes, exceto em uma, cuja amostra foi de 514 clientes, devido a problemas nos dados. Os endereços dos clientes foram usados então para a análise da área de influência, através do “georreferenciamento“ com mapas da Grande São Paulo. Também foram medidas as lojas, conforme suas áreas de vendas das lojas em m2. A densidade populacional ao redor da loja foi determinada com base em dados do IBGE (censo de 1991). Como resultados, destacam-se a obtenção de curvas relacionando a distância (em raio) das lojas com o percentual de clientes, com a sugestão de que a área de influência seja determinada pelo raio que contém 60% dos clientes. São sugeridas duas hipóteses para pesquisas futuras:

· a área de influência se relaciona positivamente com o tamanho da loja;

· a área de influência se relaciona negativamente com a densidade populacional.

O trabalho de Gomes (1987) analisa a estruturação de um serviço de empréstimos da financeira BANESPA, um banco do Estado de São Paulo, que se tornou destaque nacional em volume de empréstimos, sem necessidade de aumentar o número de funcionários e ainda conseguindo uma redução de custos. Como forma de conquista de mercado, a financeira Banespa focou em utilizar os próprios clientes do banco Banespa como público alvo. O início dessas mudanças para o crescimento da financeira Banespa se deu em 1983, um época com muitos problemas econômicos, tais como a grande variação nas taxas de juros. Além disso, já havia concorrentes consolidados no mercado de crédito a pessoas físicas e a participação da financeira Banespa ainda era muito pequena. A concessão de crédito pode ser bastante constrangedora para os clientes devido a processos burocráticos ou simplesmente pela necessidade de pedir dinheiro a outros: quanto mais demorado e exigente for o processo, mais desagradável a situação fica para o cliente. O primeiro passo da financeira, focado nos clientes do banco Banespa, foi estudar os processos de concessão de crédito já existentes nas agências bancárias. Observou-se que existiam vários formulários diferentes para os contratos, além da necessidade de uma ficha contábil e do cadastro do cliente, o que foi simplificado através do desenvolvimento de uma máscara única para todos os financiamentos, com menos leituras e assinaturas. Na sequência, focou-se em desenvolver uma maneira mais simples para o cliente entender as formas de pagamento: ao invés de se concentrar na informação de taxas, se informavam os valores das parcelas para cada valor de empréstimo, o que permitia ao cliente saber se a parcela caberia no orçamento sem cálculos muito complicados. Em seguida, a idéia do financiamento foi trabalhada com os próprios funcionários do banco Banespa, de forma a reforçar que se tratava de uma única instituição e que os serviços financeiros eram “banco pessoa física”. A publicidade se deu através da agência SGB Publicidade e Promoções, que realizava todas as campanhas do Banespa. Foi muito importante a atuação criativa e objetiva da agência de publicidade, porque os produtos já existiam no mercado: foi necessário divulgar que os clientes correntistas do banco Banespa tinham acesso rápido e descomplicado aos financiamentos e que o crédito já estava aberto. Também foi importante divulgar que o próprio cliente podia escolher seu tipo de empréstimo, sem a necessidade de ajuda dos funcionários da agência: foram feitos volantes coloridos com os planos de empréstimos, calendários promocionais focando datas específicas, como o Dia dos Pais (“Este mês, o Banespa dá um crédito a todos os filhinhos de papai: Cr$9.500.000.”). Foram desenvolvidas propagandas para a volta às aulas, dia dos namorados, férias, além dos outros produtos, como financiamento de automóveis, construção e seguros. Toda essa nova forma rápida e descomplicada de concessão de crédito deu resultados: em 1983 a financeira ocupava a 19ª posição entre as 21 maiores financeiras do mercado, em Março de 1984 a posição subiu para 13º, em Março de 1985 para 11º e em Março de 1986 a 5º posição. Ressalta-se que o banco tinha atuação específica no Estado de São Paulo, havendo concorrentes de abrangência nacional. Ficaram evidentes os fatores Produto (serviços financeiros fornecidos com rapidez e facilidade), Praça (clientes correntistas do Banespa), Preço (taxas competitivas) e Promoção (agência com propagandas criativas e objetivas). A campanha de divulgação de um de seus produtos voltados para pessoas jurídicas se destacou tanto que até criou uma expressão popular: “ele ainda não sacou, mas vai sacar”.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Gestão de Marcas

Administração de Marketing

Resenha - Semana 4 (Gestão de Marcas)

Lucas Tiago Rodrigues de Freitas

Textos escolhidos:

  • 6 - CAPUTO, Érica Saião; MACEDO, Marcelo Alvaro da Silva; NOGUEIRA, Heloísa Guimarães Peixoto. Avaliação de marcas: uma aplicação ao caso Bombril. RAE electron., São Paulo, v. 7, n. 2, Dec. 2008 .

  • 7 - COMMURI, Suraj. The impact of counterfeiting on genuine-item consumers’ brand relationships. Journal of Marketing, v. 73 (may), p. 86-89, 2009.


As marcas estão relacionadas a exclusividade, prestígio, qualidade: sinalizam características. Suraj (2009) estuda os impactos que falsificações podem causar no relacionamento do consumidor com as marcas “originais”. Na Tailândia e na Índia os consumidores costumam adotar uma de três possíveis estratégias quando se confrontam com suas marcas preferidas falsificadas: abandonam a marca genuína, reclamam ou fingem que todas elas servem, como se não houvesse marca. Os efeitos sobre as marcas sob a ótica empresarial estão relacionados a todo o trabalho de criação e sustentação da marca: identificar o produto dentre os concorrentes, sinalizar aos consumidores características específicas dos produtos, tornando-os distintos. Suraj entrevistou 40 pessoas da Tailândia e da Índia, de 21 a 61 anos de idade. Aproximadamente metade eram mulheres. As entrevistas levaram de 40 a 90 minutos e foram realizadas em shoppings, cafés, casas e eventos privados. Alguns consumidores se classificaram como criadores de moda, outros disseram que a marca só é forte quando está relacionada à qualidade do produto. Alguns consumidores disseram se sentir mal quando as marcas que gostam são usadas por muitas pessoas, sejam falsificadas ou não, por perderem a exclusividade. Alguns consumidores evitam mostrar a marca (sem marca), dando ênfase à qualidade do produto, como roupas, e gostam quando outras pessoas lhe perguntam sobre o que estão usando. Outros ficam com “mal-estar” ao passarem ao lado de alguém usando a mesma roupa, especialmente se se tratar de uma cópia mais barata. Em resumo, a ideia de marca se relaciona à exclusividade, a algo único e especialmente feito para um grupo e quando pessoas adquirem produtos falsificados da mesma marca ou produtos cópias do original tentando se incluir socialmente podem acabar desvalorizando a marca ou até sofrer discriminações caso a marca falsificada seja percebida: “se você usa o original e se outra pessoa usa o falsificado, o que pensar da outra pessoa?”.

As marcas podem ainda impactar no valor de venda de uma empresa, assunto abordado no artigo sobre avaliação de marcas com ênfase no caso Bombril, de Caputo, Macedo e Nogueira (2008). Elas são consideradas como ativos intangíveis, tais como o conhecimento e a carteira de clientes. Algumas marcas chegam a ser tão importantes que se tornam sinônimos dos produtos a que se referem: Xerox (cópias), Gillete (lâminas), Band-Aid (curativos adesivos) e Bombril (lã de aço). A avaliação do valor de uma marca também é algo importante em momentos como a venda de uma empresa ou uma busca de créditos e financiamentos. Existem várias formas de se calcular o valor da marca, tais como a comparação do preço dos produtos com produtos concorrentes ou a diferença entre o valor de mercado e o valor contábil da empresa. Não há ainda um consenso quanto a um método único de avaliação de marcas e cada método pode resultar em um valor completamente diferente. Os métodos de avaliação da marca podem ser qualitativos, quantitativos ou até mistos, proporcionando uma visão mais abrangente. É importante se utilizar uma forma de avaliação da marca para se realizar a sua gestão. No caso específico da marca Bombril, ela se destacou com a inclusão no Guiness Book como a mais longa campanha de publicidade com o mesmo personagem e como a marca brasileira mais lembrada. O Brasil foi o único país em que uma marca foi mais lembrada que a Coca-cola e a marca foi Bombril. Vários produtos de limpeza foram criados sob o guarda-chuva da marca Bombril. De uma forma geral a Bombril consegue cobrar um preço superior ao das empresas concorrentes, reforçando a ideia de que uma marca forte pode ter um “premium price”.

Comportamento do Consumidor

Administração de Marketing

Resenha - Semana 3 (Comportamento do Consumidor)

Lucas Tiago Rodrigues de Freitas

Textos escolhidos:

  • 9 - COSTA, Filipe Campelo Xavier da; LARAN, Juliano Aita. Influências do ambiente de loja e o comportamento de compra por impulso: a visão dos clientes de lojas virtuais. RAUSP, São Paulo, v. 41, n. 1, mar. 2006.

  • 25 - ROCHA, Everardo; BARROS, Carla. Dimensões culturais do marketing: teoria antropológica, etnografia e comportamento do consumidor. Rev. Adm. Empresas, São Paulo, v. 46, n. 4, Dec. 2006

  • 26 - ROJO, F. J. G. Pesquisa: o comportamento do consumidor nos supermercados. ERA, v. 38, nº 3, p. 16-24. Jul/set 1998.

Segundo o artigo de Costa e Laran (2006), uma pesquisa survey com amostra de 2634 entrevistados, as compras pela Internet, virtuais, possuem um caráter mais técnico quando comparadas às compras em lojas físicas, sendo expressivos os aspectos preço e transação. Consumidores que apresentam predominância emotiva (id) estão mais propensos a agir de forma impulsiva. O comprador impulsivo pode ter dificuldade em estabelecer objetivos de consumo, incapacidade de controlar seu orçamento e desgaste emocional devidos às tentativas de controlar seus impulsos. O aspecto do ambiente é mais expressivo nas lojas físicas do que nas lojas virtuais. O nível de circulação se relacionou negativamente com as compras impulsivas em lojas físicas e mostrou-se com baixo impacto positivo nas compras impulsivas em lojas virtuais. Quanto aos aspectos emotivos, as compras impulsivas proporcionam emoções positivas (entusiasmo, empolgação, alegria) tanto nas compras em lojas físicas quanto nas virtuais, enquanto as emoções negativas (raiva, frustração) foram relacionadas apenas para as compras impulsivas em lojas físicas. As compras impulsivas podem ser estimuladas pela facilidade de realizar a transação e por descontos e promoções. Ainda ressalta-se a desconfiança e temores dos clientes quanto a realização de compras pela Internet como um obstáculo para que se igualem as intensidades de compras por impulso em lojas físicas e virtuais.

O trabalho de Rojo (1998) analisa o comportamento do consumidor no supermercado, de uma forma mais abrangente que o trabalho de Costa e Laran (2006). Rojo analisou dados obtidos em pesquisas domiciliares no ano de 1997, com 1.400 consumidores, nos estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais, além de discussões em grupo com consumidores de supermercados da Grande São Paulo, em Setembro de 1997, e entrevistas em profundidade com 15 dirigentes de supermercados da Grande São Paulo. Rojo reforça a idéia de que a empresa deve ser orientada ao cliente. Merecem destaque no setor de supermercados os preços competitivos, o atendimento e a qualidade do padrão arquitetônico e tecnológico e do trato dado aos produtos perecíveis (frutas, legumes...). A variedade também é importante na escolha do consumidor: e é importante assegurar que os produtos estejam sempre disponíveis aos clientes, para não gerar frustração. As formas de pagamento e a rapidez no caixa também são decisivas: os clientes têm de pagar e ainda pode ser preciso esperar na fila e ter problemas como falta de troco, demora no registro e manuseio inadequado do produto e mau humor do atendente. No açougue os clientes podem encontrar problemas de filas, embalagens com sangue, cortes de carne inadequados, odor e falta de higiene. As frutas e verduras podem apresentar aparência ruim, pode haver poucas balanças para pesagem e os produtos de uma mesma banca podem não ser uniformes. Os problemas com frios e laticínios se relacionam a um prazo de validade muito curto e a má conservação dos produtos. Na padaria, os desafios estão relacionados à baixa variedade e à exposição inadequada dos produtos. As oportunidades de melhorias e crescimento para o setor de supermercados se concentram na melhoria das seções de carnes e aves, frutas e verduras e padaria.

O fenômeno consumo é abordado com profundidade no estudo de Rocha e Barros (2006). O consumo, de acordo com Veblen (1965, apud ROCHA & BARROS, 2006), pode ser visto como um símbolo, atrelado a grupos sociais, estilos de vida, desejos, refletindo o poder e o prestígio na sociedade. O consumo é visto a partir de uma ótica antropológica, não apenas como maximização da utilidade do indivíduo, mas como um conjunto de fatores de cunho social e simbólico. Aprofundando na antropologia, a etnografia, em busca dos significados das experiências de vida, é utilizada como forma de estudo do consumo, a partir de um ponto de vista interno, da própria realidade do grupo analisado. Os consumidores podem inclusive participar de várias culturas, conforme seus relacionamentos diários. Um dos pontos chaves dos estudos etnográficos é o tempo. Como forma de se obter resultados num tempo menor, o método antropológico sofreu algumas modificações, recebendo o nome de quase-etnografia ou etnografia comercial.

Orientação para Mercado e Marketing e Marketing Mix

Administração de Marketing

Resenha - Semana 2

(Orientação para Mercado e Marketing e Marketing Mix)

Lucas Tiago Rodrigues de Freitas

Textos escolhidos:

· 4 - BREI, V. A., ROSSI, C. A. V., EVRARD, Y. As necessidades e os desejos na formação discursiva do marketing: base consistente ou retórica legitimadora? Cadernos EBAPE. BR, v. 5, nº 4, Dez 2007.

· 30 - ZINELDIN, M. e S. PHILIPSON. Kotler and Borden are not dead: myth of relationship marketing and truth of the 4Ps. Journal of Consumer Marketing, v.24, n.4, p. 229-241, 2007.

Zineldin e Philipson (2007) abordam diversas características do Marketing, definições, Ps etc. e dizem que ao invés de destruir a ideia dos 4 Ps (Produto, Preço, Promoção e Praça), as empresas devem usá-los para criar relacionamentos com os clientes. Sua pesquisa foi realizada através de um convite de participação para 20 empresas da Suécia, Finlândia e Dinamarca, das quais foram escolhidas 5 que aceitaram participar de entrevistas semi-estruturadas. Então, com base nas respostas, foram analisadas características relacionadas ao Marketing transacional (voltado para o lucro em curto prazo) e ao Marketing de relacionamento (voltado para a retenção do cliente em busca de lucratividade no longo prazo). Apesar de reconhecerem a importância da retenção dos clientes, 60% das companhias classificaram o lucro pela transação como sua primeira prioridade. Os autores chegam a uma frase conclusão: “Quanto mais as coisas mudam, mais elas ficam do mesmo jeito”. É enfatizada a ideia de que o Marketing de Relacionamento não se trata de uma nova descoberta, mas de uma redescoberta. Não se evidenciou que o Marketing de Relacionamento se trata de uma mudança de paradigma: alguns pesquisadores consideram-no complementar ao Marketing Transacional.

O trabalho de Brei, Rossi e Evrard (2007) ressalta que o Marketing não trata apenas das vendas e das formas de comunicação, o que seria uma visão incompleta e superficial. A disciplina de Marketing começou como uma “extensão” dentro da disciplina de economia, com nomes como “As indústrias distribuidoras e reguladoras dos EUA”, “Distribuição de Produtos”, “Marketing de Produtos” e “Métodos de Marketing”. Então, em 1911, na Universidade de Wisconsin, o professor Ralph Butler denominou sua disciplina apenas como Marketing. Em 1914-1915 Harvard também começa a ofertar um curso com o nome de Marketing. O primeiro artigo da disciplina foi publicado em 1914, numa conferência da American Economic Association. A falta de regras próprias para o Marketing o tornavam conhecido também como “Economia aplicada”: faltava ainda uma teoria consistente para separá-lo e afirmá-lo como ciência. Após um conjunto de definições, Kotler chega a um conceito básico de Marketing: “ciência descritiva envolvendo o estudo de como transações são criadas, estimuladas, facilitadas e valoradas”. Kotler e Zaltman, em um trabalho de 1971, diferenciam o marketing social (atrelado a crenças e valores) e marketing para negócios (relacionado a preferências e opiniões superficiais), ampliando os horizontes do Marketing para aspectos não-econômicos. Uma década depois, num trabalho de 1980, Fox e Kotler diferenciaram o marketing social (para causas sociais) do marketing societário (responsabilidade social nas empresas). A última discussão relevante sobre o conceito de Marketing ocorreu na década de 1990, com a Teoria de Orientação para o Mercado, relacionada à aplicação empírica do conceito, definida em três bases: orientação para o cliente, marketing coordenado e capacidade de resposta.

À luz da visão questionadora “foucaultiana”, as necessidades e desejos não foram consideradas de forma relevante em épocas anteriores porque as pessoas estavam concentradas nos processos produtivos, na produção dos bens: só foi possível pensar em desejos e necessidades a partir do momento em que houve uma abundância muito expressiva na produção, o que ocorreu com o desenvolvimentos de novas máquinas e tecnologias. Ou seja, o surgimento da ideia de Marketing é devido às mudanças sociais e históricas na economia e nas empresas. Brei, Rossi e Evrard terminam seu trabalho com um questionamento: se se fala tanto sobre reformas e redefinições no Marketing, não serão as necessidades e desejos dos clientes apenas uma base de sustentação atual do Marketing? E vão além: então, qual seria a essência do Marketing?

domingo, 29 de maio de 2011

Marketing: conceito e escopo; Evolução no conceito de Marketing; Abordagens teóricas do Marketing; Pesquisa de Marketing no Brasil

Administração de Marketing

Resenha - Semana 1

(Marketing: conceito e escopo; Evolução no conceito de Marketing; Abordagens teóricas do Marketing; Pesquisa de Marketing no Brasil)

Lucas Tiago Rodrigues de Freitas

Textos escolhidos:

  • 10 - FARIA, Alexandre. Em busca de agenda brasileira de pesquisa em estratégia de marketing. Revista de Administração de Empresas, Vol. 46, No 4, 2006.

  • 18 - MELLO, Sérgio C. Benício. O que é conhecimento em Marketing no Brasil, Afinal? RAC. Revista de Administração Contemporânea, v. 10, n. 2. 203-212. Abr./Jun. 2006

  • 19 - MIRANDA, C. M. C., ARRUDA, D. M. A Evolução do Pensamento de Marketing: uma análise do corpo doutrinário acumulado no século XX. In: 26 ENANPAD, 2002, Salvador, Anais eletrônicos do XXVI ENANPAD. Salvador: ANPAD, 2002.

Segundo o artigo de Mello (2006), é necessário pensar mais a fundo na realidade humana e não apenas em como satisfazer as necessidades do ser humano como consumidor. Numa visão mais ampla e profunda, é proposto que o marketing seja feito de uma forma “descolonizada”, mais focada na realidade local brasileira, de forma a amenizar a “crise de sentido” que os trabalhos da área vêm enfrentando.

Mais profundamente, o artigo de Faria (2006) relata as origens da atual abundância de trabalhos positivistas, especialmente OPM (orientados para o mercado): a necessidade de se provar cientificamente que o sistema capitalista seria superior ao sistema socialista estimulou o governo dos EUA a apoiar o crescimento de grandes empresas e também as pesquisas que pudessem colaborar nessa disputa no contexto da Guerra Fria. Então os pesquisadores de Marketing, mais especificamente os dos EUA, focaram seus estudos deixando várias outras linhas de pesquisa “abandonadas”, por não representarem uma possibilidade de contribuição “relevante”. E, como consequência, os pesquisadores de outros países sofreram influência dessa escolha, desse modelo de pesquisa, e não tiveram muitas opções a não ser aderí-lo, sob risco de não terem suas pesquisas publicadas ou de caírem no descrédito. Resumindo, o estilo de pesquisa era também estimulado como parte da política de disputa entre o sistema capitalista e o socialista na época da Guerra Fria e a ênfase em pesquisas positivistas e orientadas para o mercado foi tão forte que se arraigou até hoje como foco. Porém, hoje se nota que as outras pesquisas podem contribuir e muito para o desenvolvimento do Marketing como ciência, de tal modo que Faria (2006) reforça a ideia de uma necessidade de se criar agendas locais de pesquisas, especialmente uma agenda brasileira, que contemple a realidade nacional e contribua para o desenvolvimento do país.

O trabalho de Miranda e Arruda (2002) trata o desenvolvimento do Marketing como ciência, mostrando seus diversos modos e tendências, classificados em escolas de pensamento, através de uma ampla revisão bibliográfica. Algumas das escolas mais importantes são: Cybermarketing (personalização em massa, rapidez nas transações e interatividade), Marketing de Relacionamento (satisfação e retenção de clientes), Marketing experiencial (sensações), Escola Sistêmica (uma visão mais integrada de todo o processo, ao invés de compartimentada), Escola Commodity (foco em transações e vendas). O trabalho é concluído com a perspectiva do aparecimento de uma nova escola, focada não apenas nas vendas e nos clientes, mas também nas relações, sensações e experiências.

sábado, 28 de maio de 2011

A sociedade do parado - reflexão

Vamos partir do seguinte raciocínio: vc compra em lojas fixas (ou pela internet). Os produtos chegam ali transportados por caminhões, nos quais os motoristas vêm sentados durante todo o trajeto na rodovia. Os produtos que chegaram na transportadora vieram ou de uma indústria ou de uma fazenda (agronegócio): na fazenda utilizou-se máquinas para o plantio e para a colheita (ou seja, o operador trabalhou sentado) e na indústria os componentes do produto foram instalados em uma linha de montagem (com os operários sentados ou mantendo uma determinada posição, considerada também sedentária). E pense que os insumos tanto da indústria quanto da fazenda também foram obtidos com trabalhadores operando máquinas, em trabalhos sedentários.
Agora pense que essa é a realidade de grande parte dos processos de consumo nos quais estamos envolvidos. Nós ficamos estáticos, realizando pequenos procedimentos, e os bens que queremos literalmente vêm até nós (de acordo com a nossa restrição orçamentária - renda).
Afinal de contas, estamos vivendo na "sociedade do parado"?

sábado, 7 de maio de 2011

P!nk - Try (Lyrics)