terça-feira, 6 de setembro de 2011

Finanças Corporativas - Lista de Exercícios 1 - Prof. B. Funchal

Finanças Corporativas - Lista de Exercícios 1 - Prof. B. Funchal

Questão 0)
Resolva os seguintes exercícios do livro Administração Financeira de Brigham et al.:
Capítulo 7 - Exercícios AT2, AT3, 7.2, 7.5.

  • AT2
    • Valor do dinheiro no tempo
      • Suponha que hoje fosse 1º de Janeiro de 1999, e que você precisará ter $1.000 em 1º de Janeiro de 2003. Seu banco capitaliza juros a uma taxa anual de 8%.
        • a. Quanto você deve depositar em 1º de Janeiro de 2000, para ter um saldo de $1.000 em 1º de Janeiro de 2003?
        • b. Se você quiser fazer pagamentos iguais a cada 1º de Janeiro de 2000 até 2003 para acumular $1.000, de quanto deve ser cada um dos quatro pagamentos?
        • c. Se seu pai lhe oferecesse fazer os pagamentos calculados na letra b ($221,92) ou lhe dar uma soma total de $750 em 1º de Janeiro de 2000, qual você escolheria?
        • d. Se você tivesse somente $750 em 1º de Janeiro de 2000, que taxa de juros capitalizada anualmente você teria de ganhar para ter os necessários $1.000 em 1º de Janeiro de 2003?
        • e. Suponha que você possa depositar somente $186,29 a cada 1º de Janeiro de 2000 até 2003, mas você ainda precisa de $1.000 em 1º de Janeiro de 2003. Que taxa de juros com capitalização anual você deve buscar de forma a alcançar seu objetivo?
        • f. Para ajudá-lo a alcançar o objetivo de $1.000, seu pai lhe dá $400 em 1º de Janeiro de 2000. Você arrumará um emprego de meio período, fará seis pagamentos adicionais de quantias iguais a cada seis meses dali em diante. Caso todo esse dinheiro seja depositado em um banco que paga 8% capitalizados semestralmente, de quanto deve ser cada um desses pagamentos?
        • g. Qual a taxa anual efetiva sendo paga pelo banco na letra f?
        • h. O risco da taxa de reinvestimento foi definido no Capítulo 4 como sendo o risco que os títulos que vencem (e os pagamentos de cupons sobre os títulos de dívida de longo prazo) terão se forem reinvestidos a uma taxa mais baixa do que a taxa de juros que eles ganhavam previamente. Há um risco de taxa de reinvestimento envolvida na análise anterior? Se houver, como esse risco pode ser eliminado?
Resolução:
a)
Valor do depósito em 1º de Janeiro de 2000 para saldo de $1000 em 1º de Janeiro de 2003:
Fluxo de caixa:
  • 01 Janeiro 2000 => depósito no valor X
  • 01 Janeiro 2001 => dinheiro rende
  • 01 Janeiro 2002 => dinheiro rende
  • 01 Janeiro 2003 => Capital acumulado = $1000

Cálculo do valor X do depósito na calculadora financeira HP:
  • 1000 CHS FV
  • 3 n
  • 8 i
  • PV
    • Depósito X = $793,832

b)
Realizando pagamentos iguais de Janeiro de 2000 até 2003 para acumular $1000:
1 de Janeiro de 2000 => Pagamento de X
1 de Janeiro de 2001 => Pagamento de X
1 de Janeiro de 2002 => Pagamento de X
1 de Janeiro de 2003 => Pagamento de X

Cálculo do valor X do pagamento na calculadora financeira HP:
  • 1000 CHS FV
  • 0 PV
  • 4 n
  • 8 i
  • PMT
    • Pagamento X = $221,921

c)
As parcelas de $221,92 totalizam os $1000. Já uma soma de $750 em Janeiro de 2000 totalizaria até Janeiro de 2003 um valor de:
  • Cálculo do valor futuro de $750 na calculadora financeira HP:
    • 750 CHS PV
    • 8 i
    • 3 n
    • FV
      • Valor futuro = $944,784
Logo, considerando-se que a taxa de remuneração de capital pelo banco permaneça em 8%a.a., é preferível receber as 4 parcelas de $221,92 a receber a quantia de $750 de uma só vez.

d)
Caso só houvesse a quantia de $750 em 1 de Janeiro de 2000, a taxa que daria $1000 em 1 de Janeiro de 2003 pode ser calculada da seguinte forma:
  • Cálculo da taxa na calculadora financeira HP:
    • 750 CHS PV
    • 1000 FV
    • 3 n
    • i
      • Taxa para obter $1000 em 1 de Janeiro de 2003 = 10,064%

e)
Caso os depósitos só pudessem ser realizados no valor de $186,29 a cada dia 1 de Janeiro de 2000 a 2003, para se obter $1000 em 1 de Janeiro de 2003 a taxa de capitalização deve ser de:
  • Cálculo da taxa de capitalização através da calculadora HP:
    • 1000 FV
    • 186,29 CHS PMT
    • 4 n
    • i
      • Taxa para obter $1000 com 4 pagamentos de $186,29 = 20,0% 

f)
Fluxos de caixa:
1 de Janeiro de 2000 => $400
07/2000 => Pagamento X1
01/2001 => Pagamento X2
07/2001 => Pagamento X3
01/2002 => Pagamento X4
07/2002 => Pagamento X5
01/2003 => Pagamento X6

Sendo:
Pagamento X1 = Pagamento X= Pagamento X3 = Pagamento X= Pagamento X5 = Pagamento X6

E o valor futuro que se espera desse fluxo de caixa é de $1.000. A taxa que o banco remunera o dinheiro é de 8%a.a., que, para efeito de cálculos, considera-se 4% ao semestre.

Calculando na calculadora financeira HP:
$400 CHS PV
$1000 FV
8 / 2 = 4 i
6 n
PMT

Logo, o valor de cada pagamento será de $74,457

g)
A taxa efetiva paga pelo banco pode ser obtida da seguinte forma:
Taxa efetiva = (1 + 0,08 ao ano /2 semestres por ano)2 - 1 = 0,0816 = 8,16%

h)
Como os valores são pagos a cada semestre, existe o risco de que a taxa de remuneração oferecida pelo banco mude (ela pode aumentar ou diminuir com o passar do tempo). O jeito de evitar esse risco seria fazer  todos os pagamentos logo com a taxa de hoje, mas para isso seria necessário ter o dinheiro de imediato. Outra forma seria fazer um contrato futuro garantindo as taxas para os próximos pagamentos.
  • AT3
    • Taxa anual efetiva
      • O Banco A paga juros de 8% capitalizados trimestralmente, na sua conta de aplicação financeira. Os gestores do Banco B querem que sua conta de aplicação financeira seja igual à taxa anual efetiva do Banco A, mas os juros serão capitalizados numa base mensal. Que taxa nominal ou quotada o Banco B deve estabelecer?
Resolução:
Taxa efetiva do Banco A:
Taxa Efetiva A = (1 + 0,08/4)4 - 1 = 0,08243216

Taxa nominal do Banco B (TB):
  • Taxa efetiva B = Taxa Efetiva A
  • (1 + TB / 12)12 - 1 = Taxa Efetiva A
  • (1 + TB / 12)12 - 1 = 0,08243216
  • (1 + TB / 12)12 = 0,08243216 + 1
  • [(1 + TB / 12)12]1/12 = (1,08243216)1/12
  • 1 + TB / 12 = 1,00662271
  • TB = 0,07947252
    • TB = 7,95%
  • 7.2
    • Valores presente e futuro para diferentes taxas de juros
      • a. Uma quantia inicial de $500 capitalizada por 10 anos a 6%.
      • b. Uma quantia inicial de $500 capitalizados por 10 anos a 12%.
      • c. O valor presente de $500 devidos em 10 anos a uma taxa de 6% de desconto
      • d. O valor presente de $1.552,90 devidos em 10 anos a  uma taxa de 12% de desconto e a uma taxa de 6%. Dê uma definição verbal para o termo valor presente e ilustre-o, utilizando uma linha de tempo com dados desse problema. Como parte de sua resposta, explique por que os valores presentes são dependentes das taxas de juros.

Resolução:
a)
Valor presente = $500
Valor Futuro através da calculadora financeira HP:
  • 500 CHS PV
  • 10 n
  • 6 i
  • FV
    • Valor Futuro = $895,424

b)
Valor Presente = $500
Valor Futuro através da calculadora financeira HP:
  • 500 CHS PV
  • 10 n
  • 12 i
  • FV
    • Valor Futuro = $1.522,924

c)
Valor Futuro da dívida = $500
Valor Presente através da calculadora financeira HP:
  • 500 CHS FV
  • 10 n
  • 6 i
  • PV
    • Valor Presente = $279,197 

d)
Valor Futuro da dívida = $1.552,90
Valor Presente da dívida a 12% de taxa de desconto (através da calculadora financeira HP):
  • $1.552,90 CHS FV
  • 10 n
  • 12 i
  • PV
    • Valor Presente = $499,992 
Valor Presente da dívida a 6% de taxa de desconto (através da calculadora financeira HP):
  • $1.552,90 CHS FV
  • 10 n
  • 6 i
  • PV
    • Valor Presente = $867,131 

  • 7.5
    • Valor presente de uma anuidade
      • Encontre o valor presente das seguintes anuidades ordinárias:
        • a. $400 por ano por 10 anos a 10%.
        • b. $200 por ano por cinco anos a 5%.
        • c. $400 por ano por cinco anos a 0%.
        • d. Agora retrabalhe as letras a, b e c, pressupondo que os pagamentos são feitos no início de cada ano; isto é, eles são anuidades devidas.

Resolução:
a)
Anuidade ordinária de $400 por ano por 10 anos a 10%.
  • Valor presente (através da calculadora financeira HP):
    • 400 CHS PMT
    • 10 n
    • 10 i
    • PV
      • Valor presente = $2.457,827

b)
Anuidade ordinária de $200 por ano por 5 anos a 5%.
  • Valor presente (através da calculadora financeira HP):
    • 200 CHS PMT
    • 5 n
    • 5 i
    • PV
      • Valor presente = $865,90

c)
Anuidade ordinária de $400 por ano por 5 anos a 0%.
  • Valor presente (através da calculadora financeira HP):
    • 400 CHS PMT
    • 5 n
    • 0 i
    • PV
      • Valor presente = $2000

d)
As anuidades devidas podem ter seus valores presentes calculados na calculadora financeira HP ativando-se a função "BEGIN" (clicando em "g" e em "BEG"). A função "BEGIN" faz com que os pagamentos sejam registrados no início de cada período, sendo assim, os valores são "devidos" logo no começo de cada período. Os cálculos das anuidades devidas abaixo utilizam a função "BEGIN" da calculadora financeira.
  • Anuidade devida de $400 por ano por 10 anos a 10%:
    • Valor Presente:
      • 400 CHS PMT
      • 10 n
      • 10 i
      • PV
        • Valor presente = $2.703,610

  • Anuidade devida de $200 por ano por cinco anos a 5%:
    • Valor Presente:
      • 200 CHS PMT
      • 5 n
      • 5 i
      • PV
        • Valor presente = $909,190
  • Anuidade devida de $400 por ano por cinco anos a 0%:
    • Valor Presente:
      • 400 CHS PMT
      • 5 n
      • 0 i
      • PV
        • Valor presente = $2.000

Questão 1
Defina e descreva:
  • CAPM
  • APT
  • Cupom de um título
  • Valor de face de um título
  • Taxa de dividendo
  • Ganho de Capital
Resolução:
  • CAPM (Capital Asset Pricing Model)
    • Modelo de Precificação de Ativos
      • É utilizado para calcular a taxa de retorno que os acionistas devem receber ao incorrer no risco de investir no ativo, em relação às variações do preço do ativo, das oscilações do mercado em geral e da taxa do investimento "livre de risco" disponível no mercado. A taxa de retorno calculada pode ser utilizada para precificar o ativo.
        • Ks = Kf + β (Km-Kf), onde:
          • Ks = Taxa de retorno requerida pelos acionistas (stockholders/shareholders)
          • Kf = Taxa do investimento "livre de risco" disponível no mercado
          • Km = Taxa média de retorno do mercado
          • β = Coeficiente que mede o nível de risco da firma em relação ao mercado, calculado da seguinte forma:
            • β = COV (ativo, mercado) / VAR (mercado)
  • APT (Arbitrage Pricing Theory)
    • É um modelo de precificação de ativos que baseia a taxa de retorno do acionista em função de fatores como inflação, PIB e taxa de juros, sendo que cada fator pode apresentar um nível de impacto diferente (β) sobre a taxa de remuneração dos acionistas (Ks). Ou seja, trata-se de um modelo fatorial (por usar fatores) para a precificação dos ativos, sendo que a cada fator corresponde um coeficiente β específico (βinflação, βjuros, βPIB etc.).
  • Valor de face de um título
    • Valor a ser recebido na data de vencimento do título.
  • Taxa de dividendo
    • A taxa de dividendo corresponde à relação entre o valor do dividendo recebido e o valor pago pelo ativo:
      • Taxa de dividendo = D1 / P0
  • Ganho de Capital
    • Ganho de capital é o valor que o seu ativo valorizou (ou desvalorizou, no caso de "perda" de capital). É calculado da seguinte forma:
      • Ganho de Capital = (P - P0) / P0, onde:
        • P = Preço final do ativo
        • P0 = Preço inicial do ativo (preço pago pela aquisição do ativo)
  • Detalhe interessante:
    • A taxa de retorno do capital próprio (Ks dos acionistas) é igual à soma da taxa de dividendos com o ganho de capital:
      • Ks = Taxa de dividendos + Ganho de capital

Questão 2
A Companhia Vale do Rio Doce está passando por um período de recessão. É esperada uma taxa de crescimento nos lucros e nos dividendos de -5% durante os próximos 2 anos, porém, daí em diante uma taxa de crescimento estabilizando em 7%. Seu último dividendo foi de $2,10 e a taxa de retorno requerida sobre a ação é de 11%.
a) Calcule o valor da ação hoje.
b) Calcule P1.

Resolução a):
Para calcular o preço da ação hoje é importante ressaltar que os dividendos futuros da Companhia Vale do Rio Doce estão submetidos a duas diferentes taxas de crescimento, g1 = -5% e g2 = 7%, sendo g1 válida apenas para os dois próximos anos.

Fluxo de dividendos da Companhia Vale do Rio Doce:
  • Ano 0:
    • D0 = $2,10
  • Ano 1:
    • D1 = D0 (1 + g1) = $2,10 . [1 + (-5%)] = $1,995
  • Ano 2:
    • D2 = D1 (1 + g1) = D0 (1 + g1)2 = $2,10 [1 + (-5%)]2 = $1,89525
  • Ano 3:
    • D3 = D2 (1 + g2) = $1,89525 . (1 + 7%) = $2,0279175
  • Ano 4:
    • D4 = D3 (1 + g2) = D2 (1 + g2)2 = $1,89525 . [1 + (7%)]2 = $2,169871725
  • Ano 5 em diante...
Nos dois primeiros anos, vale a taxa de crescimento g1, e daí em diante vale a taxa de crescimento g2. Com base nessas características do fluxo de dividendos da Companhia Vale do Rio doce a precificação da ação hoje deve incluir o valor presente dos dividendos do ano 1 e do ano 2 mais o valor presente do preço da ação no ano 2 (que é calculado com base em todo o fluxo futuro de dividendos do ano 3 em diante, com a taxa constante de crescimento g2 = 7%). É importante ressaltar que o dividendo do ano 0 (D0) já foi pago e não entra no cálculo do preço da ação, que é baseado no fluxo futuro de dividendos, ou seja, nos dividendos que serão recebidos.

Valor presente do dividendo do ano 1 (D1 = $1,995) no tempo 0:
  • Calculando através da calculadora financeira HP:
    • $1,995 CHS FV
    • 11 i
    • 1 n
    • PV
      • Valor presente de D1 no tempo 0 = $1,797

Valor presente do dividendo do ano 2 (D2 = $1,89525) no tempo 0:
  • Calculando através da calculadora financeira HP:
    • $1,89525 CHS FV
    • 11 i
    • 2 n
    • PV
      • Valor presente de D2 no tempo 0 = $1,538

    Valor presente do preço da ação do ano 2 (P2) no tempo 0:
    • Calculando o preço da ação no ano 2:
      • P2 = D3 / (Ks - g2),
        • onde:
          • P2 = Preço da ação no ano 2
          • D3 = Dividendo entregue por ação no ano 3
          • Ks = taxa de retorno requerida sobre a ação
          • g2 = taxa de crescimento dos dividendos após os dois primeiros anos
      • P2 = D3 / (Ks - g2) = $2,0279175 / (11% - 7%) = $50,6979375
    • Calculando o valor presente através da calculadora financeira HP:
      • $50,6979375 CHS FV
      • 11 i
      • 2 n
      • PV
        • Valor presente de P2 no tempo 0 = $41,148
      Agora é possível determinar o preço da ação da Companhia Vale do Rio Doce no tempo 0:

      • P0 = Valor presente de no D1 tempo 0 ($1,797) + Valor presente de no D2 tempo 0 ($1,538) + Valor presente de no P2 tempo 0 ($41,148) = $44,483

      Resolução b):
      O cálculo de P1 está baseado no fluxo de dividendos a serem recebidos a partir do ano 1, ou seja, em D2, D3, D4, D5, D6 e assim por diante. Os valores devem ser trazidos ao valor presente em relação ao ano 1.


      Valor presente do dividendo do ano 2 (D2 = $1,89525) no tempo 1:
      • Calculando através da calculadora financeira HP:
        • $1,89525 CHS FV
        • 11 i
        • 1 n
        • PV
          • Valor presente de D2 no tempo 1 = $1,707

        Valor presente do preço da ação do ano 2 (P2 = $50,6979375) no tempo 1:
        • Calculando o valor presente através da calculadora financeira HP:
          • $50,6979375 CHS FV
          • 11 i
          • 1 n
          • PV
            • Valor presente de P2 no tempo 1 = $45,674
          Determinando o preço da ação da Companhia Vale do Rio Doce no tempo 1:
          • P1 = Valor presente de no D2 tempo 1 ($1,707) + Valor presente de no P2 tempo 0 ($45,674) = $47,381


          Questão 3
          O preço corrente da ação da empresa A é de $72 e seu último dividendo foi de $4,80. Em vista da forte posição financeira da empresa e de seu consequente baixo risco, sua taxa de retorno requerida é de somente 15%. Se os dividendos têm expectativa de crescer no futuro a uma taxa constante g e se é esperado que ks permaneça em 15%, qual será o preço da ação da empresa daqui a 10 anos?

          Resolução:
          Sabendo-se que há apenas uma taxa de crescimento dos dividendos (g) e que ela é constante, o valor dela deve ser encontrado para que se possa estimar os próximos fluxos de caixa da empresa, nos quais estará baseado o preço da ação.

          Encontrando a taxa de crescimento dos dividendos (g):
          • 1º passo - Organizar as informações:
            • P0 = $72
            • D0 = $4,80
            • Ks = 15%
            • g = constante
          • 2º passo - Como calcular o preço atual e os dividendos futuros:
            • Cálculo do preço atual da ação da empresa A:
              • P0 = D1 /(Ks - g)
            • Cálculo de dividendos futuros:
              • D1 = D0 (1 + g)
          • 3º passo - encontrando g:
            • Como "P0 = D1 /(Ks - g)" e "D1 = D0 (1 + g)", logo:
              • P0 = D0 (1 + g) /(Ks - g)
              • Isolando-se a taxa de crescimento dos dividendos (g), tem-se:
                • P0 . (Ks - g) = D0 (1 + g)
                • (P0 . Ks) - (P0 . g) = (D0 . 1) + (D0 . g)
                • (P0 . Ks) - (D0 . 1) = (P0 . g) + (D0 . g)
                • (P0 . Ks) - (D0 . 1) = (P0 + D0) . (g)
                • (P0 . Ks) - (D0 . 1) = (P0 + D0) . (g)
                • Logo:
                  • g = [(P0 . Ks) - (D0 . 1)] / (P0 + D0)
                  • Substituindo os valores das variáveis:
                  • g = [(72 . 15%) - (4,80 . 1)] / (72 + 4,80) = 0,078125 = 7,8125%
          Encontrando o preço da ação daqui a 10 anos (P10):
          • O preço da ação daqui a 10 anos é calculado com base nos dividendos futuros que se espera receber, ou seja, nos dividendos D11, D12, D13, D14 e D15 em diante. Como só há uma taxa de crescimento (g, que é constante) e o retorno requerido sobre a ação (Ks) permanece constante, o preço da ação no ano 10 poderá ser calculado da seguinte forma:
            • P10 = D11 /(Ks - g)
          • Como o valor de D11 não foi informado, é necessário calculá-lo.
            • Obtendo o valor de D11:
              • D0 = D0
              • D1 = D0 . (1 + g)
              • D2 = D1 . (1 + g) = D0 . (1 + g) . (1 + g) = D0 . (1 + g)2
              • D3 = D2 . (1 + g) = D0 . (1 + g) . (1 + g) . (1 + g) = D0 . (1 + g)3
              • D4 = D3 . (1 + g) = D0 . (1 + g) . (1 + g) . (1 + g) . (1 + g) = D0 . (1 + g)4
              • ...
              • D11 = D0 . (1 + g)11
                • Logo:
                  • D11 = D0 . (1 + g)11 = 4,80 . (1 + 7,8125%)11 = $10,97997931
          • Agora o preço da ação no ano 10 pode ser calculado:
            • P10 = D11 /(Ks - g)
            • P10 = $10,97997931 / (15% - 7,8125%) = $152,7649295


          Questão 4
          A Positivo Computadores está experimentando um período de crescimento rápido. É esperada uma taxa de crescimento nos lucros e nos dividendos de 40% durante os próximos 2 anos e daí em diante uma taxa constante de 5%. Seu último dividendo foi de $0,85 e a taxa de retorno requerida sobre a ação é de 14%.
          a) Calcule o valor da ação hoje.
          b) Calcule P1
          c) Calcule o rendimento de dividendos e o rendimento de ganhos de capital para os anos 1, 2 e 3.

          Resolução a):
          Deve-se tomar cuidado ao calcular o preço da ação hoje, pois há duas taxas de crescimento nos lucros e dividendos, uma para os primeiros dois anos (g1 = 40%) e outra para o período após os dois primeiros anos (g2 = 5%).

          Para calcular o preço da ação hoje é preciso conhecer o fluxo de dividendos da empresa:
          • D0 = D0
          • D1 = D0 . (1 + g1)
          • D2 = D1 . (1 + g1) = D0 . (1 + g1)2
          • D3 = D2 . (1 + g2) = D0 . (1 + g1)2 . (1 + g2)
          • D4 = D3 . (1 + g2) = D0 . (1 + g1)2 . (1 + g2) . (1 + g2) = D0 . (1 + g1)2 . (1 + g2)2
          • D5 = D4 . (1 + g2) = D0 . (1 + g1)2 . (1 + g2) . (1 + g2) . (1 + g2) = D0 . (1 + g1)2 . (1 + g2)3
          • ...
          O valor da ação hoje será dado pelo valor presente dos dois primeiros dividendos (D1 e D2) que estão relacionados à taxa de crescimento dos lucros e dividendos nos dois primeiros anos (g1 = 40%) e pelo valor presente do preço dos demais fluxos de dividendos relacionados à taxa de crescimento após os dois primeiros anos (g2 = 5%):
          • valor presente dos dois primeiros dividendos (D1 e D2) no tempo 0:
            • calculando D1:
              • D1 = D0 . (1 + g1)
              • D1 = 0,85 . (1 + 40%) = $1,19
                • valor presente de D1 no tempo 0 (pela calculadora financeira HP):
                  • 1,19 CHS FV
                  • 14 i
                  • 1 n
                  • PV
                    • valor presente de D1 no tempo 0 = $1,044
            • calculando :
              • D2 = D1 . (1 + g1) = D0 . (1 + g1)2
              • D2 = 0,85 . (1 + 40%)2 = $1,666
                • valor presente de D2 no tempo 0 (pela calculadora financeira HP):
                  • 1,666 CHS FV
                  • 14 i
                  • 2 n
                  • PV
                    • valor presente de D2 no tempo 0 = $1,282
          • valor presente do preço dos demais fluxos de dividendos no tempo 0:
            • Como os fluxos após os dois primeiros anos (D3, D4, D5, etc.) apresentam uma taxa de crescimento constante (g2), eles podem ser precificados da seguinte forma:
              • P2 = D3 / (Ks - g2)
                • Calculando D3, tem-se:
                  • D3 = D2 . (1 + g2) = D0 . (1 + g1)2 . (1 + g2)
                  • D3 = 0,85 . (1 + 40%)2 . (1 + 5%) = $1,7493
                • Calculando P2, tem-se:
                  • P2 = D3 / (Ks - g2)
                  • P2 = 1,7493 / (14% - 5%) = $19,43666667
                • valor presente de P2 no tempo 0 (pela calculadora financeira HP):
                  • 19,43666667 CHS FV
                  • 14 i
                  • 2 n
                  • PV
                    • valor presente de P2 no tempo 0 = $14,956
          • Precificando a ação hoje:
            • P0 = valor presente de D1 no tempo 0 ($1,044) + valor presente de D2 no tempo 0 ($1,282) + valor presente de P2 no tempo 0 ($14,956) = $17,282

          Resolução b):
          Cálculo do preço da ação no tempo 1 (P1):
          • Para calcular P1 é necessário conhecer o fluxo de dividendos a ser recebido ao adquirir a ação no tempo 1:
            • D2 = D1 . (1 + g1) = D0 . (1 + g1)2
            • D3 = D2 . (1 + g2) = D0 . (1 + g1)2 . (1 + g2)
            • D4 = D3 . (1 + g2) = D0 . (1 + g1)2 . (1 + g2) . (1 + g2) = D0 . (1 + g1)2 . (1 + g2)2
            • D5 = D4 . (1 + g2) = D0 . (1 + g1)2 . (1 + g2) . (1 + g2) . (1 + g2) = D0 . (1 + g1)2 . (1 + g2)3
            • ...
          • Como o fluxo de dividendos a partir do ano 1 conta com duas taxas de crescimentos (g1 e g2), o preço da ação no tempo 1 (P1) pode ser calculado através da adição do valor presente no tempo 1 do dividendo a ser recebido no ano 2 (D2) ao valor presente no tempo 1 do preço da ação no ano 2 (P2):
            • valor presente de D2 ($1,666) no tempo 1:
              • 1,666 CHS FV
              • 14 i
              • 1 n
              • PV
                • valor presente de D2 no tempo 1 = $1,461
            • valor presente de P2 ($19,43666667) no tempo 1:
              • 19,43666667 CHS FV
              • 14 i
              • 1 n
              • PV
                • valor presente de P2 no tempo 1 = $17,050
            • P1 = valor presente de D2 no tempo 1 ($1,461) + valor presente de P2 no tempo 1 ($17,050) = $18,511

          Resolução c):

          Para se calcular a taxa de dividendos e o ganho de capital para os anos 1, 2 e 3 é necessário conhecer o fluxo de dividendos a ser recebido e o preço da ação ao longo do tempo:
          • Fluxo de dividendos:
            • D0 = $0,85
            • D1 = $1,19
            • D2 = $1,666
            • D3 = $1,7493
            • D4 = D0 . (1 + g1)2 . (1 + g2)2 = 0,85 . (1 + 40%)2 . (1 + 5%)2 = $1,836765
            • D5 = D0 . (1 + g1)2 . (1 + g2)3 = 0,85 . (1 + 40%)2 . (1 + 5%)3 = $1,92860325
            • ... 
          • Preço da ação ao longo do tempo:
            • P0 = $17,282
            • P1 = $18,511
            • P2 = $19,43666667
            • P3 = D4 / (Ks - g2) = 1,836765 / (14% - 5%) = $20,4085
            • P4 = D5 / (Ks - g2) = 1,92860325 / (14% - 5%) = $21,428925
            • P5 = D6 / (Ks - g2) = D5 (1 + g2) / (Ks - g2) = 1,92860325 (1 + 5%) / (14% - 5%) = $22,50037125
            • ...
          • Rendimento de dividendos
            • O rendimento de dividendos (taxa de dividendos) pode ser calculado através da relação entre o dividendo recebido e o preço pago pela ação:
              • Ano 1
                • D1 / P0 = $1,19 / $17,282 = 0,068857771 = 6,8857771%
              • Ano 2
                • D2 / P1 = $1,666 / $18,511 = 0,09000054 = 9,000054%
              • Ano 3
                • D3 / P2 = $1,7493 / $19,43666667 = 0,089999999 = 8,9999999%
          • Ganhos de Capital
            • Ano 1
              • (P1 - P0) / P0 = ($18,511 - $17,282) / $17,282 = 0,071114454 = 7,1114454%
            • Ano 2
              • (P2 - P1) / P1 = ($19,43666667 - $18,511) / $18,511 = 0,050006302 = 5,0006302%
            • Ano 3
              • (P3 - P2) / P2 = ($20,4085 - $19,43666667) / $19,43666667 = 0,049999999 = 4,9999999%
          O interessante é que Ks (taxa de retorno requerida sobre a ação) é obtida pela soma do ganho de capital com o rendimento de dividendos:
          • Ano1
            • Ks = ganho de capital no ano 1 + taxa de dividendos no ano 1
            • Ks = 7,1114454% + 6,8857771%
            • Ks = 13,9972225% ≈ 14%
          • Ano 2
            • Ks = ganho de capital no ano 2 + taxa de dividendos no ano 2
            • Ks = 5,0006302% + 9,000054%
            • Ks = 14,0006842% ≈ 14%
          • Ano 3
            • Ks = ganho de capital no ano 3 + taxa de dividendos no ano 3
            • Ks = 4,9999999% + 8,9999999%
            • Ks = 13,9999998% ≈ 14%

          terça-feira, 30 de agosto de 2011

          Lista de exercícios 2 - Finanças Internacionais - Prof. B. Funchal - Agosto de 2011

          Lista de exercícios 2 - Finanças Internacionais - Prof. B. Funchal - Agosto de 2011

          Questão 1
          Suponha a seguinte situação. Existe apenas uma cesta de bens na economia, com o preço de 100. No primeiro ano tínhamos uma taxa de câmbio de S=1, e o preço internacional da cesta era P*=100 (o preço internacional). O preço da cesta doméstica aumentou para 130 no ano seguinte, e a taxa de câmbio nominal aumentou para 1,25.

          • Calcule a taxa de câmbio real (q) nos dois anos.
          • A economia ganhou competitividade?
          • Quais fatores levaram ao aumento ou à redução de competitividade?
          Resolução:
          • Cálculo da taxa de câmbio real:
          q = S . P* / P
          Onde:
          q = taxa de câmbio real
          S = taxa de câmbio nominal
          P* = preço internacional da cesta de produtos
          P = preço nacional da cesta de produtos

          Taxa de câmbio real no primeiro ano:
          q1 = S1 . P*1 / P1 = 1 . 100 / 100 = 1

          Taxa de câmbio real no segundo ano:
          q2 = S2 . P*2 / P2 = 1,25 . 100 / 130 = 0,9615, considerando que o preço internacional se manteve igual a 100.

          • Análise de competitividade:

          A economia nacional perdeu competitividade no segundo ano devido à redução da taxa real de câmbio. Ou seja, com a mesma quantidade de moeda é possível comprar mais produtos no mercado internacional do que no mercado nacional.

          • Fatores que levaram ao aumento ou à redução de competitividade:

          A taxa de câmbio nominal subiu de 1 para 1,25, o que aumentaria a competitividade. Por outro lado, o aumento do valor da cesta nacional, que foi mais intenso do que o aumento da taxa de câmbio nominal, reduziu a competitividade.

          Questão 2
          Utilizando a equação de Fischer, responda: se a taxa de juros nominal da economia brasileira está em 8,75% e a inflação em 4%, de quanto é (aproximadamente) a taxa de juros real do Brasil?

          Resolução:
          Equação de Fischer: i = φ + E(π)
          Onde:
          i = taxa de juros nominal
          φ = taxa de juros real
          E(π) = valor esperado da inflação

          Logo:
          i = φ + E(π)
          8,75% = φ + 4%
          φ = 4,75%

          Questão 3
          Se a expectativa de inflação no Brasil é de 4% e nos Estados Unidos é de 3%, de quanto podemos esperar que seja a desvalorização ou valorização do câmbio?

          Resolução:
          Utilizando-se a Paridade Relativa de Poder de Compra pode-se chegar ao valor da variação no câmbio entre Brasil e Estados Unidos.

          Paridade Relativa de Poder de Compra:
          Δ%S = E(π1) - E(π2)
          Onde:
          Δ%S = Variação percentual no câmbio
          E(π1) = Valor esperado da inflação no país 1
          E(π2) = Valor esperado da inflação no país 2


          Logo:
          Δ%S = E(πBR) - E(πUS) = 4% - 3% = 1%, o que indica valorização do câmbio brasileiro em 1% frente ao câmbio estado-unidense.


          Questão 4
          Suponha que você esteja operando no mercado de opções de câmbio. Se o preço de exercício de uma opção de compra é 1,65, o valor do dólar hoje é de 1,79 e o valor da opção é de 0,18, qual o valor intrínseco e o valor extrínseco dessa opção?


          Resolução:
          Preço da Call (opção de compra) do dólar = 0,18
          Preço de exercício da Call (preço de compra) do dólar = 1,65
          Valor do dólar hoje = 1,79


          Cálculo do valor intrínseco da opção:
          Ce = max {0, St - E}
          Onde:
          Ce = valor da Call európeia na data de exercício
          St = valor do dólar hoje
          E = preço de exercício da Call


          Logo, como o valor intrínseco da Call é igual ao valor da Call na data de exercício: 
          Ce = max {0, 1,79 - 1,65} = 0,14


          Cálculo do valor extrínseco da opção:
          Valor extrínseco da Call = Valor da Call - Valor da Call na data de exercício = 0,18 - 0,14 = 0,04


          Questão 5
          Suponha que você esteja operando no mercado de opções de câmbio. Se o preço de exercício de uma opção de compra é 1,65 e o valor do dólar no dia do exercício é de 1,79, qual o valor da opção nesse dia?


          Resolução:
          Cálculo do valor da Call na data de exercício:
          Ce = max {0, St - E}
          Onde:
          Ce = valor da Call európeia na data de exercício
          St = valor do dólar hoje
          E = preço de exercício da Call

          Ce = max {0, 1,79 - 1,65} = 0,14



          Questão Extra
          Suponha que a taxa de câmbio indireta S(R$/USD) = 1,60 e que o contrato futuro é F12(R$/USD) = 1,92. O que podemos dizer sobre o diferencial de inflação entre Brasil e US? Qual paridade você estaria utilizando? De quanto é a expectativa de (des)valorização da moeda?


          Resolução:
          FRPPP (Forward Rate Purchasing Power Parity - Paridade "Coberta" de Poder de Compra):
          (F - S) / S = E(π1) - E(π2)

          Onde:
          F = valor futuro contratado para a taxa de câmbio
          S = cotação do dólar na data de hoje
          E(π1) = valor esperado da inflação no país 1
          E(π2) = valor esperado da inflação no país 2

          Logo, utilizando a Paridade "Coberta" de Poder de Compra, pode-se dizer que a diferença de inflação entre Brasil e Estados Unidos é de:
          (1,92 - 1,60) / 1,60 = E(πBR) - E(πUS)
          E(πBR) - E(πUS) = 0,20 = 20%

          O resultado acima indica uma desvalorização de 20% na moeda brasileira, pois os gastos em Reais requerem maior quantidade de dinheiro para adquirirem uma mesma cesta de produtos.

          sábado, 27 de agosto de 2011

          Exercícios de Finanças Internacionais

          Questão 1
          Assuma que S($/R$) = 0,66 e F3($/R$) = 0,73. Qual a taxa de juros anual implícita neste contrato a termo de 3 meses?

          Resolução:
          A forma de cálculo da taxa de juros implícita é dada pela seguinte fórmula:
          fN,$ = (FN(j/$) - S(j/S)) / S(j/S) . 360/dias
          onde:
          fN,$ = taxa de prêmio/desconto
          FN = cotação futura contratada
          S = cotação atual
          A equação acima informa a taxa de prêmio/desconto futuro na operação a termo em função da moeda $.

          Calculando a taxa de prêmio/desconto para o dólar:
          - Passo 1: converter as cotações dadas no exercício para cotações indiretas, do tipo (R$/$)
          Como S($/R$) = 0,66, logo: S(R$/$) = 1/0,66 = 1,515151
          Como F3($/R$) = 0,73, logo: F3(R$/$) = 1/0,73 = 1,369863

          - Passo 2: calcular a taxa de prêmio/desconto
          Como o contrato futuro é para 3 meses, consideramos 3 meses = 90 dias.
          f3,$ = (F3(R$/$) - S(R$/$)) / S(R$/$) . 360/90 = (1,369863 - 1,515151) / 1,515151 . 360/90 = - 0,383561643
          Logo, pode-se dizer que o contrato futuro dá uma taxa anual de desconto para o dólar de aproximadamente 40%.

          Questão 2
          Suponha os seguintes dados sobre o Balanço de Pagamentos Brasileiro no mês de setembro de 2009:

          a) Exportação no valor de 850 milhões
          b) Transferências unilaterais no valor de 20 milhões
          c) Importação no valor de 550 milhões
          d) Frete no valor de -170 milhões
          e) Lucros e dividendos enviados ao exterior no valor de 200 milhões
          f) Importação financiada por capital estrangeiro no valor de 100 milhões
          g) Investimento estrangeiro direto no valor de 240 milhões
          h) Amortização de dívida no valor de 170 milhões

          Agora responda:
          - qual o saldo em Transações Correntes do Brasil no referido mês?
          - Qual o saldo da Balança Comercial, de Serviços e da conta Capital Autônomo?
          - O Brasil poderia fazer um empréstimo ao FMI no valor de 100 milhões? Se positivo, quanto sobraria de reserva?

          Resolução:

          Transações correntes
           - Balança Comercial
          + 850 a) Exportação no valor de 850 milhões
          - 550 c) Importação no valor de 550 milhões
          - 100 f) Importação financiada por capital estrangeiro no valor de 100 milhões
          *Saldo da balança comercial = 200 milhões

           - Balança de Serviços
          -170 d) Frete no valor de -170 milhões
          -200 e) Lucros e dividendos enviados ao exterior no valor de 200 milhões
          *Saldo da balança de serviços = - 370 milhões

           - Transferências unilaterais
          + 20 b) Transferências unilaterais no valor de 20 milhões
          *Saldo de transferências unilaterais = 20 milhões

          * Saldo de transações correntes = - 150 milhões

          Capitais
          + 100 f) Importação financiada por capital estrangeiro no valor de 100 milhões
          + 240 g) Investimento estrangeiro direto no valor de 240 milhões
          -170 h) Amortização de dívida no valor de 170 milhões

          *Saldo de Capitais = 170 milhões

          Caixa (o saldo do resto do mundo perante o país)
          - 850 a) Exportação no valor de 850 milhões
          - 20 b) Transferências unilaterais no valor de 20 milhões
          + 550 c) Importação no valor de 550 milhões
          + 170 d) Frete no valor de -170 milhões
          + 200 e) Lucros e dividendos enviados ao exterior no valor de 200 milhões
          + 100 f) Importação financiada por capital estrangeiro no valor de 100 milhões
          - 100 f) Importação financiada por capital estrangeiro no valor de 100 milhões
          - 240 g) Investimento estrangeiro direto no valor de 240 milhões
          + 170 h) Amortização de dívida no valor de 170 milhões
          *Total em caixa = - 20 milhões

          Como o Brasil apresenta Saldo positivo de 20 milhões, o valor que ele poderia emprestar ao FMI seria o valor de 20 milhões. Logo, ele não pode emprestar ao FMI o valor de 100 milhões.

          Lista de exercícios 1 - Finanças Internacionais - Prof. B. Funchal - Agosto de 2011

          Lista de exercícios 1 - Finanças Internacionais - Prof. B. Funchal - Agosto de 2011


          Questão 1
          Suponha os seguintes dados sobre o Balanço de Pagamentos Brasileiro no mês de Agosto de 2010:

          a) Exportação no valor de 650 milhões
          b) Transferências unilaterais no valor de 50 milhões
          c) Importação no valor de 400 milhões
          d) Frete no valor de -70 milhões
          e) Lucros e dividendos enviados ao exterior no valor de 100 milhões
          f) Lucros reinvestidos no país no valor de 250 milhões
          g) Investimento estrangeiro direto no valor de 300 milhões
          h) Empréstimo para o FMI no valor de 20 milhões
          i) Amortização de dívida no valor de 70 milhões

          Agora responda:
          - Qual o saldo em Transações Correntes do Brasil no referido mês?
          - Qual o saldo da Balança Comercial, de Serviços e da conta Capital Autônomo?
          - O Brasil teve perda de reserva?

          Resolução:
          Transações correntes
          - Balança Comercial
          + 650 a) Exportação no valor de 650 milhões
          - 400 c) Importação no valor de 400 milhões
          *Saldo da balança comercial = 250 milhões

          - Balança de Serviços
          - 70 d) Frete no valor de -70 milhões
          - 100 e) Lucros e dividendos enviados ao exterior no valor de 100 milhões
          - 250 f) Lucros reinvestidos no país no valor de 250 milhões
          *Saldo da balança de serviços = - 420 milhões

          - Transferências unilaterais
          + 50 b) Transferências unilaterais no valor de 50 milhões
          *Saldo de transferências unilaterais = 50 milhões

          * Saldo de transações correntes = - 120 milhões

          Capitais
          + 250 f) Lucros reinvestidos no país no valor de 250 milhões
          + 300 g) Investimento estrangeiro direto no valor de 300 milhões
          - 20 h) Empréstimo para o FMI no valor de 20 milhões
          - 70 i) Amortização de dívida no valor de 70 milhões

          *Saldo de Capitais = 460 milhões

          Caixa (o saldo do resto do mundo perante o país)
          - 650 a) Exportação no valor de 650 milhões
          - 50 b) Transferências unilaterais no valor de 50 milhões
          + 400 c) Importação no valor de 400 milhões
          + 70 d) Frete no valor de -70 milhões
          + 100 e) Lucros e dividendos enviados ao exterior no valor de 100 milhões
          + 250 f) Lucros reinvestidos no país no valor de 250 milhões
          - 250 f) Lucros reinvestidos no país no valor de 250 milhões
          - 300 g) Investimento estrangeiro direto no valor de 300 milhões
          + 20 h) Empréstimo para o FMI no valor de 20 milhões
          + 70 i) Amortização de dívida no valor de 70 milhões
          *Total em caixa = - 340 milhões

          Como o Brasil apresenta Saldo positivo de 340 milhões, ele apresentou ganho de reservas.

          Questão 2
          Suponha que com 1 real você possa comprar 0,56 dólar e que com 1 peso argentino você possa comprar 0,32 dólar. Qual a taxa de câmbio cruzada peso/real?

          Resolução:

          1 real = 0,56 dólar
          1 peso = 0,32 dólar

          Como o dólar é a moeda em comum nas taxas de câmbio acima, tem-se:
          1US$ = 1,785714286 R$
          1US$ = 3,125 Peso Argentino

          Logo:
          1,785714286 R$ = 3,125 Peso Argentino

          Logo:
          1 R$ = 1,75 Peso Argentino
          1 Peso Argentino = 0,571428571 R$

          Respondendo a questão:
          A taxa de câmbio cruzada Peso/Real:
          S(Peso/R$) = 1,75

          Questão 3
          Suponha que:
          Banco do Brasil anunciou que vende dólares à taxa 0,56 por real;
          Banco de Paris compra Euros à taxa 0,85 por dólar.
          - Qual é a taxa de Câmbio Cruzada (EUR/Real)?

          Assuma agora que o Barings troque Euros por Dólares (ou seja, compre Euros) à taxa 1,30 Dólares por Euro.
          - Monte uma arbitragem trinagular no valor de 100 mil reais e diga a porcentagem de ganho.

          Resolução:

          • Taxa de Câmbio Cruzada S(Euro/Real):

          Se o Banco do Brasil vende Dólares à taxa S(US$/R$) = 0,56 e o Banco de Paris compra Euros à taxa S(EUR/US$) = 0,85, pode-se encontrar a taxa cruzada S(EUR/R$) da seguinte forma:

          - Passo 1 - valores em função da moeda em comum entre os bancos:
          Como a moeda em comum nos dois bancos é o dólar, tem-se:
          1 real = 0,56 dólar
          1 dólar = 0,85 euro

          Como 1 real = 0,56 dólar:
          1 dólar = 1,785714286 reais

          Logo:
          1,785714286 reais = 0,85 euro

          Passo 2 - Cálculo da taxa de câmbio cruzada S(EUR/Real):
          S(EUR/R$) = 0,85 Euro/ 1,785714286 Real = 0,476 Euro/Real

          • Montagem de Arbitragem Triangular
          Regras de mercado:
          Banco do Brasil: Pega Reais e Entrega Dólares
          Banco de Paris: Pega Euros e Entrega Dólares
          Banco Barings: Pega Euros e Entrega Dólares

          Logo, como o mercado só pega Reais e Euros, a única troca possível de se realizar é a troca de Reais por Dólares no Banco do Brasil.

          Observação:
          Considerando-se que as taxas de câmbio também sejam as mesmas para as operações reversas em cada banco e que eles realizem essas operações, pode-se realizar a arbitragem triangular.

          Dinheiro existente: 100.000 reais

          Passo 1 - para disponibilizar o dinheiro em moeda conversível no mercado internacional:
          Troca dos reais por dólares no Banco do Brasil: 100.000 reais → 56.000 US$

          Passo 2 - arbitragem triangular:
          Troca dos 56.000 dólares por Euro no Banco de Paris → 47.600 Euros (troca por dólar no Barings) → 61.880US$

          Passo 3 - nacionalizar a moeda;
          Troca dos 61.880 dólares por reais no Banco do Brasil → 110.500 Reais

          A porcentagem de ganho é dada por:
          (110.500 - 100.000) / 100.000 = 10,5%


          Questão 4
          Assuma que S($/R$) = 0,56 e F12 ($/R$) = 0,53. Qual a taxa de juros anual implícita neste contrato a termo?

          Resolução:

          Taxa anual de Prêmio/Desconto com base em reais:
          f12,R$ = (F12($/R$)-S($/R$)) / S($/R$) . T/t = (0,53 - 0,56) / 0,56 . 12 / 12 = - 0,053571428 ≈ - 5,3%
          Em reais há taxa de desconto de 5,3%.

          Taxa anual de Prêmio/Desconto com base em dólares: 
          f12,$ = (F12(R$/$)-S(R$/$)) / S(R$/$) . T/t = ((1 / 0,53) - (1 / 0,56)) / (1 / 0,56) . 12 / 12 = 0,056603773 ≈ 5,6%
          Em dólares há taxa com um prêmio de 5,6%.

          Questão 5
          Utilizando o conceito de paridade coberta de taxa de juros, diga se existe a possibilidade de arbitragem na seguinte situação:
          - a taxa de câmbio vigente Real/Dólar é de 1,79, o contrato a termo de 12 meses é de 1,82.
          - a taxa de juros brasileira hoje é de 8,75% e a Americana é de 1,25%.

          Resolução:
          Pela paridade "coberta" de taxa de juros, tem-se:
          (1 + ius) = S / F . (1 + iBR)

          Onde:

          F = taxa de câmbio futura contratada para o tempo t
          S = taxa de câmbio nominal
          T = período (anual, semestral, mensal)
          ius = taxa de juros nos US
          ibr = taxa de juros no Brasil

          Logo:
          (1 + 1,25%) = 1,79 / 1,82 . (1 + 8,75%), se houver paridade "coberta" de taxa de juros.
          (1,0125) = (1,069574176), o que é falso.

          Como não há paridade "coberta" de taxa de juros, é possível realizar uma arbitragem especulativa entre reais e dólares de forma a obter lucro.

          sexta-feira, 26 de agosto de 2011

          Lista de exercícios 3 - Finanças Internacionais - Prof. B. Funchal - Agosto de 2011

          Lista de exercícios 3 - Finanças Internacionais - Prof. B. Funchal - Agosto de 2011


          Dúvidas e respostas (favor avisar se encontrar erros)

          Questão 1
          Suponha a seguinte situação. Existe apenas uma cesta de bens na economia, com o preço de 100. No primeiro ano tínhamos uma taxa de câmbio de S=1 e o preço internacional da cesta era P*=100 (o preço internacional). O preço da cesta doméstica aumentou para 120 no ano seguinte, e a taxa de câmbio nominal aumentou para 1,05 e P* para 95.
          - Calcule a taxa de câmbio real (q) nos dois anos.
          - A economia ganhou competitividade?
          - Quais fatores levaram ao aumento ou à redução de competitividade?

          Resolução:
          • Cálculo da taxa de câmbio real:
          Taxa de câmbio real no primeiro ano:
          q1 = S1 . P1* / P1
          q1 = 1 . 100 / 100 = 1

          Taxa de câmbio real no segundo ano:
          q2 = S2 . P2* / P2
          q2 = 1,05 . 95 / 120 = 0,83125
          • Análise de Competitividade
          A cesta nacional perde competitividade frente à cesta internacional, pois fica mais cara em moeda estrangeira.
          • Análise dos fatores que levam ao aumento ou à redução de competitividade:
          O aumento da taxa de câmbio nominal aumenta a competitividade da cesta de bens da economia nacional.
          Por outro lado, o aumento do preço da cesta doméstica reduz sua competitividade no mercado. A queda do preço da cesta internacional também reduz a competitividade nacional. Como o aumento de preço foi mais intenso do que o aumento da taxa de câmbio nominal, os produtos nacionais perdem competitividade no mercado.

          Questão 2
          Assuma que S($/R$) = 0,70 e F6($/R$) = 0,56. Qual a taxa de juros anual implícita neste contrato a termo de 6 meses?

          Resolução:
          S($/R$) = 0,70
          Logo: S(R$/$) = 1,428571429
          F6($/R$) = 0,56
          F6(R$/$) = 1,785714286

          Taxa anual de Prêmio/Desconto com base em reais:
          f12,R$ = (F12($/R$)-S($/R$)) / S($/R$) . T/t = (0,56 - 0,70) / 0,70 . 12 / 6 = - 0,4 ≈ - 40%
          Em reais há taxa de desconto de 40%.

          Taxa anual de Prêmio/Desconto com base em dólares:
          f12,$ = (F12(R$/$)-S(R$/$)) / S(R$/$) . T/t = ((1 / 0,56) - (1 / 0,70)) / (1 / 0,70) . 12 / 6 = 0,5 ≈ 50%
          Em dólares há taxa com um prêmio de 50%.

          Questão 3
          Suponha que você esteja operando no mercado de opções de câmbio. Se o preço de exercício de uma opção de compra é 1,79, o valor do dólar hoje é de 1,85 e o valor da opção é de 0,18, qual o valor intrínseco e o valor extrínseco dessa opção?

          Resolução:
          Preço da Call (opção de compra) do dólar = 0,18
          Preço de exercício da Call (preço de compra) do dólar = 1,79
          Valor do dólar hoje = 1,85

          Cálculo do valor intrínseco da opção:
          Ce = max {0, St - E}
          Onde:
          Ce = valor da Call európeia na data de exercício
          St = valor do dólar hoje
          E = preço de exercício da Call

          Logo, como o valor intrínseco da Call é igual ao valor da Call na data de exercício:
          Ce = max {0, 1,85 - 1,79} = 0,06

          Cálculo do valor extrínseco da opção:
          Valor extrínseco da Call = Valor da Call - Valor da Call na data de exercício = 0,18 - 0,06 = 0,12

          Questão 4 - não tem

          Questão 5
          Utilizando o conceito de paridade coberta de taxa de juros, diga se existe a possibilidade de arbitragem na seguinte situação:
          - a taxa de câmbio vigente Real/Dólar é de 1,65, o contrato a termo de 6 meses é de 1,82.
          - a taxa de juros brasileira hoje é de 10,75% e a americana é de 1,25%.

          Resolução:

          Por favor, confirmar se as três formas de resolução abaixo estão corretas.

          S (R$/US$) = 1,65
          F6 (R$/US$) = 1,82 = Contrato a termo de 6 meses
          ibr = 10,75%
          ius = 1,25%

          Existe arbitragem?

          Formas de resolução (por paridade "coberta" de taxa de juros):

          Forma de resolução 1 (forma preferencial de resolução):
          Investindo 100 dólares, por 6 meses (devido ao contrato a termo):

          - nos USA: 100 US$ (1 + ius/2) = 100 US$ (1+0,0125/2) = 100,625 US$

          - no Brasil:
          Passo 1 - converter dólar para real: 100 US$ = S(R$/US$) . 100US$ = 1,65 R$/US$ . 100US$ = 165 R$
          Passo 2 - aplicar no Brasil por 6 meses: 165 R$ (1 + ibr/2) = 173,87 R$
          Passo 3 - trocar reais por dólares: 173,87 R$ / F(R$/US$) = 173,87 R$ / 1,82 = 95,53 US$

          Como os investimentos não oferecem os mesmos resultados, logo não existe paridade "coberta" de taxa de juros.

          Forma de resolução 2:
          Se houver paridade "coberta" de juros:

          (1+ius) = S/F . (1+ibr)
          subtraindo 1 de cada lado da equação, tem-se:
          (1+ius) - 1 = S/F . (1+ibr) - 1

          Ajeitando, tem-se:
          (Ft-S) / S . T/t = (ibr-ius) / (1+ius)
          Onde:
          Ft = taxa de câmbio futura contratada para o tempo t
          S = taxa de câmbio nominal
          T = período (anual, semestral, mensal)
          ius = taxa de juros nos US
          ibr = taxa de juros no Brasil

          Logo:
          (F-S) / S . 12/6 = (ibr-ius) / (1+ius)

          Então:
          (1,82-1,65)/1,65 . 12/6 = (0,1075 - 0,0125) / (1+0,0125)
          0,206060606 = 0,0938
          Como a afirmativa acima é falsa, logo não há paridade "coberta" de taxa de juros

          Forma de resolução 3:
          Se houver paridade "coberta" de juros:

          (1+ius) = S/F . (1+ibr)
          subtraindo 1 de cada lado da equação, tem-se:

          F = taxa de câmbio futura contratada para o tempo t
          S = taxa de câmbio nominal
          T = período (anual, semestral, mensal)
          ius = taxa de juros nos US
          ibr = taxa de juros no Brasil

          Logo, como a taxa contratada é semestral:
          (1+ius/2) = S/F . (1+ibr/2)

          Então:
          (1+0,0125/2) = 1,65/1,82 . (1+ 0,1075/2)
          0,9553 = 0,5125
          Como a afirmativa acima é falsa, logo não há paridade "coberta" de taxa de juros

          Questão 6
          Assuma que S($/R$) = 0,66 e F3($/R$) = 0,73. Qual a taxa de juros anual implícita neste contrato a termo de 3 meses?

          Resolução:
          S($/R$) = 0,66
          Logo: S(R$/$) = 1,515151515
          F3($/R$) = 0,73
          F3(R$/$) = 1,369863014

          Taxa anual de Prêmio/Desconto com base em reais:
          f3,R$ = (F3($/R$)-S($/R$)) / S($/R$) . T/t = (0,73 - 0,66) / 0,66 . 12 / 3 = 0,424242424 ≈ 42,4%
          Em reais há taxa com um prêmio de 42,4%.

          Taxa anual de Prêmio/Desconto com base em dólares:
          f3,$ = (F3(R$/$)-S(R$/$)) / S(R$/$) . T/t = ((1 / 0,73) - (1 / 0,66)) / (1 / 0,66) . 12 / 3 = - 0,383561643
          ≈ - 38,36%
          Em dólares há taxa de desconto de 38,36%.

          Questão 7
          Descreva a relação entre as seguintes paridades:

          a) Equação de Fischer Internacional e Paridade de Taxa de Juros Descoberta
          b) Paridade de Taxa de Juros descoberta e Paridade Cambial
          c) Paridade Poder de Compra e Equação de Fischer

          Resolução:
          Para resolver a questão é necessário saber que:

          PPPabsoluta (Purchasing Power Parity - Paridade de Poder de Compra):
          P = S . P*
          Onde:
          P = Preço nacional de uma cesta de produtos
          S = Taxa de câmbio à vista
          P* = Preço da cesta de produtos no outro país

          PPPrelativa (Purchasing Power Parity - Paridade de Poder de Compra):
          S = P / P*
          St+1 - St = (Pt+1 - Pt) / (P*t+1 - Pt)
          log (St+1 - St) = log ((Pt+1 - Pt) / (P*t+1 - P*t))
          log (St+1 - St) = log (Pt+1 - Pt) - log (P*t+1 - Pt)
          Δ%S = Δ%P - Δ%P*
          Δ%S = E(π1) - E(π2)

          Equação de Fischer (Fischer Equation):
          i = φ + E(π)
          Onde:
          i = taxa nominal de juros
          φ = taxa real de juros
          E(π) = expectativa de inflação

          IFE (International Fischer Equation - Equação Internacional de Fischer):
          Se as taxas de juros reais forem iguais em dois países, ou seja, φ= φ2, a diferença entre as taxas de juros dos países será dada pela variação da inflação:
          i1-i2 = φ1 + E(π1) - (φ2 + E(π2)) = E(π1) - E(π2)
          Pela PPPrelativa (Paridade de Poder de Compra relativa), tem-se:
          Δ%S = E(π1) - E(π2) = i1-i2
          O que dá a Equação Internacional de Fischer:
          Δ%S = i1-i2

          FEP (Forward Expectations Parity - Paridade Cambial):
          Δ%S = (F - S) / S

          Paridade "Descoberta" de Poder de Compra:
          Assumindo que F = E(St+1), pela FEP (Paridade Cambial) tem-se:
          E(π1) - E(π2) = (St+1 - St) / St

          FRPPP (Forward Rate Purchasing Power Parity - Paridade "Coberta" de Poder de Compra):
          E(π1) - E(π2) = (F - S) / S

          IRP (Interest Rate Parity - Paridade "Coberta" Taxa de Juros):
          i1-i2 = (F - S) / S

          a) Equação de Fischer Internacional e Paridade de Taxa de Juros Descoberta
          IFE: Δ%S = i1-i2
          IRP: i1-i2 = (F - S) / S

          Considerando F = St+1, tem-se:
          i1-i2 = (St+1 - St) / St, que é a Paridade de Taxa de Juros Descoberta

          Logo por transitividade da proposição acima Δ%S = (St+1 - St) / St.
          b) Paridade de Taxa de Juros descoberta e Paridade Cambial

          Paridade Cambial (FEP - Forward Expectations Parity):
          Δ%S = (F - S) / S
          i1 - i2 = (St+1 - St) / St que é a paridade de juros descoberta

          Pela IRP (Interest Rate Parity - Paridade de taxa de Juros):
          i1 - i2 = (F - S) / S

          Logo, por transitividade, tem-se:
          Δ%S = (St+1 - St) / St
          O que significa que a diferença entre as taxas de juros é igual à variação "descoberta" das taxas de câmbio atual e futura.

          c) Paridade Poder de Compra e Equação de Fischer

          Paridade do Poder de Compra (PPP - Purchasing Power Parity):
          P = S . P*

          S = P / P*
          St+1 - St = (Pt+1 - Pt) / (P*t+1 - Pt)
          log (St+1 - St) = log ((Pt+1 - Pt) / (P*t+1 - P*t))
          log (St+1 - St) = log (Pt+1 - Pt) - log (P*t+1 - Pt)
          Δ%S = Δ%P - Δ%P*
          Δ%S = E(π1) - E(π2), que é a PPPrelativa

          Equação de Fischer:
          i = φ + E(π)

          A PPP se relaciona com a equação de Fischer através da inflação, que é baseada na variação dos preços. Ou seja, variações de preços fazem a taxa de juros nominal dos países oscilarem.

          Assim, a diferença entre as taxas de juros é igual à diferença entre as inflações dos países:
          i1-i2 = φ1 + E(π1) - (φ2 + E(π2)) = E(π1) - E(π2)
          i1-i2 =  E(π1) - E(π2)

          Se Δ%S = E(π1) - E(π2)i1-i2 =  E(π1) - E(π2), por transitividade, tem-se:
          Δ%S = i1-i2

          sábado, 20 de agosto de 2011

          Graças e colaborações

          "Deus pode enriquecer vocês com toda a espécie de graças, para que tenham sempre o necessário em tudo e ainda fique sobrando alguma coisa para poderem colaborar em qualquer boa obra".
          2 Cor, 9, 8

          segunda-feira, 8 de agosto de 2011

          Débito automático

          O débito automático pode ser muito útil, especialmente para pessoas que vivem sozinhas, em caso de acidentes. Enquanto se está no hospital, os gastos com planos de saúde e demais contas são abatidos na conta, enquanto possíveis créditos, como aposentadoria, continuam a entrar na conta.

          quarta-feira, 27 de julho de 2011

          CAPM (Capital Asset Pricing Model) - Modelo de Precificação de Ativos / APT (Arbitrage Pricing Theory) - Teoria de Precificação de Ativos

          Para se precificar ativos é necessário levar em consideração alguns fatores básicos, conforme seus riscos, que podem ser analisados sob uma perspectiva generalizada ou sob uma perspectiva mais detalhada.

          Os riscos que envolvem os ativos podem ser classificados como Riscos Sistemáticos ou como Riscos Não Sistemáticos (também conhecidos como Riscos Idiossincráticos). Os riscos sistemáticos são os riscos que atingem muitos ativos, em diferentes setores produtivos, ainda que com intensidades diferentes, com correlações positivas ou negativas. Os riscos não sistemáticos são os riscos mais específicos de determinados projetos, que afetam um pequeno número de ativos.

          O que o CAPM (Modelo de Precificação de Ativos) faz é utilizar uma referência como o índice
          Ibovespa (ou algum indicador que sinalize o retorno médio do seguimento em análise), relacionando-o a uma determinada taxa de investimento financeiro considerada como livre de risco (títulos da dívida pública, CDI, SELIC, Poupança, Títulos do governo dos EUA), na qual o capital (K) também poderia ser aplicado para investimento. Assim, consegue-se calcular o prêmio de risco médio que os investimentos no mercado em geral (ou para o segmento analisado, conforme o índice utilizado) devem proporcionar. Como as firmas podem apresentar risco superior ou inferior ao risco do mercado, faz-se necessário utilizar um coeficiente que indique o quão mais ou menos arriscado é o investimento nessa firma em relação à média: o coeficiente BETA.

          O custo de capital próprio (Ks), exigido pelos acionistas para incorrer no risco de investir na firma pode ser calculado pelo CAPM da seguinte forma:

          Ks = Kf + Beta (Km - Kf) + E

          Kf = taxa proporcionada por aplicação consideradas como livres de risco (títulos da dívida pública, SELIC, CDI, poupança, títulos do governo dos EUA)
          Km = taxa de retorno paga pelo mercado (baseado no Ibovespa ou no risco médio do setor específico)
          (Km - Kf) = prêmio de risco médio pago para se investir no mercado ao invés de se investir em aplicações livres de risco
          Beta = Intensidade com que o risco sistemático do segmento afeta a firma em análise
          E = parcela de risco não sistemático (idiossincrático) referente à própria firma

          O coeficiente Beta é muito útil para analisar como a firma é impactada pelos riscos sistemáticos (maiores riscos exigem maiores compensações, logo o retorno exigido pelos investidores tende a ser maior para assumires maiores riscos, ou seja, para assumirem maiores valores de Beta).

          • Caso Beta seja igual a 1, a empresa sofre os riscos sistemáticos conforme a média do mercado/setor;
          • Caso Beta seja menor que 1, a empresa sofre com menos intensidade os riscos sistemáticos do que a média do mercado/setor;
          • Caso Beta seja maior que 1, a empresa sofre mais com os riscos sistemáticos do que a média do mercado/setor.

          Diferentemente do CAPM, a APT (Teoria de Precificação de Ativos) não analisa os riscos sistemáticos em um único fator, como o índice Ibovespa (ou um indicador de risco do setor em questão), mas analisa de forma mais ampla os riscos sistemáticos e seus impactos na firma, conforme fatores como o Produto Nacional Bruto, a Inflação e a taxa de juros, por exemplo. Cada fator se relaciona a um coeficiente Beta específico. A análise do custo de capital próprio pelo APT é, portanto, uma análise fatorial (utilizando quantos coeficientes Betas e fatores quanto forem necessários para abranger os riscos sistemáticos de interesse).

          Ks = Kf + Beta1 (Kfator1 - Kf) + Beta2 (Kfator2 - Kf) + Beta3 (Kfator3 - Kf) + E

          Cálculo do coeficiente Beta

          O coeficiente Beta pode ser calculado a partir da relação entre a covariância entre a oscilação do preço da ação da firma e a oscilação do mercado no qual a firma está envolvida (Ibovespa ou outro índice que represente o setor da firma) e a variância dos dados do mercado em questão.

          Beta = Covariância (Ação, Mercado) / Variância do Mercado 

          Taxa de Dividendo e Ganho de Capital

          Taxa de dividendos é a taxa que se recebe pelo ativo que se têm sob a forma de dividendos.

          Tdiv = D1 / P0

          D1 = Dividendo que se espera receber ou que se recebe no tempo 1
          P0 = Preço pago pela ação no tempo 0

          Ganho de Capital (g) se refere ao aumento do preço da ação que se adquire, caso a ação se valorize.

          Ganho de Capital = (P1 - P0) / P0

          A Taxa de Dividendos e o Ganho de Capital constituem o custo de capital próprio (Ks) da firma.

          Ks = (D1 / P0) + g

          terça-feira, 26 de julho de 2011

          Custo Médio Ponderado de Capital (WACC)

          O WACC (Weighted Average Cost of Capital) ou Custo Médio Ponderado de Capital indica o custo total do capital da firma, conforme sua estrutura de capital (porcentagem de capital próprio e porcentagem de capital de terceiros).

          WACC = (D / V) . Kd . (1 - Taxa do Imposto de Renda) + (S / V) . Ks

          D = Valor total da dívida da firma = Capital de terceiros
          Kd = Taxa de juros da dívida = Custo do capital de terceiros
          S = Valor total da firma nas mãos dos acionistas = Capital próprio
          Ks = Taxa de retorno exigida pelos acionistas = Custo do Capital próprio
          V = Valor total da firma = S + D

          Cálculo do dividendo para o próximo período

          Para se calcular o dividendo do próximo período é necessário conhecer o dividendo anteriormente distribuído e a taxa esperada de crescimento dos dividendos.

          D1 = D0 (1+g)

          D1 = Dividendo esperado para o próximo período
          D0 = Dividendo distribuído no período inicial
          g = taxa esperada de crescimento dos dividendos

          Precificando ações

          O cálculo do preço das ações é baseado no fluxo de dividendos futuros que se espera receber com a aquisição das ações.

          P0 = D1 / (Ks - g)

          P0 = Preço da ação no tempo zero
          D1 = Dividendo esperado para o próximo período (após o tempo zero)
          Ks = Taxa de retorno do acionista = custo do capital próprio
          g = taxa de crescimento esperada dos dividendos (perpetuamente)