FUCAPE - Gestão e Relação do Trabalho
Recensão Conceitual
Texto: “Gerenciamento de pessoas: sobre a formação dos conceitos de trabalho em geral e em abstrato, de John Locke a Adam Smith”
Aluno: Lucas Tiago Rodrigues de Freitas
Definir atividades produtivas como um conceito pode parecer simples, porém é algo muito discutido, por ter impactos nas relações sociais de um modo geral e na distribuição da riqueza. O próprio conceito de riqueza pode depender da definição em questão. Pode-se estar parado, de folga, no ócio, no lazer ou pode-se estar numa construção, carregando materiais e ferramentas, e em ambas situações as ambições de cada indivíduo podem ser satisfeitas ou não. Além disso, é necessário pensar em como as atividades produtivas serão recompensadas pela sociedade em geral.
Trabalho, segundo o dicionário
Globo, é: “Aplicação da atividade física ou intelectual; esforço; tarefa;
serviço; obra feita ou que está em via de execução; fadiga; labutação; ação
mecânica dos agentes naturais; luta; lida; (sociol.) a atividade humana
aplicada à produção da riqueza; exercício; esmero; estudo ou escrito sobre
algum assunto”. Vem do latim tripaliu, que era um instrumento de
tortura para os escravos, sendo o trabalhador a pessoa que torturava. Ou seja,
a noção de trabalho, de algum modo, se relaciona a sofrimento e dor, algo
torturante.
O conceito de trabalho se
relaciona com o valor das coisas, seja um valor de uso ou um valor de troca.
Aristóteles já distinguia valores nos usos das coisas. Platão já separava o
trabalho segundo a diversidade natural das necessidades e a diversidade de
habilidades das pessoas. Os gregos e os romanos separavam o trabalho em ato
intencional gerador (poiesis no grego
e opus no latim) ou transformador (ponos no grego e labor no latim). O lazer era o otium
romano. Locke viu o trabalho como algo que modifica o valor das coisas que
existem, de modo a se obter uma vida mais cômoda, e como algo que assegure a
propriedade das coisas, possibilitando a sua troca por outros bens que sejam de
interesse do proprietário. Para Locke o trabalho compreende o trabalho físico e
o mental, o “trabalho em geral”, e se opõe ao lazer. Mas o conceito de trabalho
da forma como conhecemos, de “força produtiva”, com um preço, só ficou claro e
definido a partir de Adam Smith, há cerca de 230 anos. Smith pensava em uma
regulação e “bem-estar” dos trabalhadores, segundo o aumento de sua
produtividade, com um ponto de vista baseado no “interesse egoísta” das pessoas,
de querer melhorias em sua condição de vida. Como exemplo pode-se citar a
atividade do padeiro e do açougueiro, que, trabalhando por seus próprios
interesses, expandindo e melhorando seu padrão de vida, melhoram o acesso das
demais pessoas a alimentos, reduzindo custos.
Analisando-se o tema “melhoria da
produtividade da destilação Pilsen, através da redução do consumo de água”, observa-se
que, agindo segundo um “interesse egoísta” de se obter melhorias na produção, pode-se
reduzir o custo do produto e alcançar um desenvolvimento sustentável, com
menores impactos ambientais, o que pode resultar em melhorias na qualidade de
vida para as pessoas em geral, resultando na ideia de “bem-estar” de Adam
Smith.
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