terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Recensão Conceitual do Texto: “Gerenciamento de pessoas: sobre a formação dos conceitos de trabalho em geral e em abstrato, de John Locke a Adam Smith”

FUCAPE - Gestão e Relação do Trabalho
Recensão Conceitual

Texto: “Gerenciamento de pessoas: sobre a formação dos conceitos  de trabalho em geral e em abstrato, de John Locke a Adam Smith”

Aluno: Lucas Tiago Rodrigues de Freitas

Definir atividades produtivas como um conceito pode parecer simples, porém é algo muito discutido, por ter impactos nas relações sociais de um modo geral e na distribuição da riqueza. O próprio conceito de riqueza pode depender da definição em questão. Pode-se estar parado, de folga, no ócio, no lazer ou pode-se estar numa construção, carregando materiais e ferramentas, e em ambas situações as ambições de cada indivíduo podem ser satisfeitas ou não. Além disso, é necessário pensar em como as atividades produtivas serão recompensadas pela sociedade em geral.
Trabalho, segundo o dicionário Globo, é: “Aplicação da atividade física ou intelectual; esforço; tarefa; serviço; obra feita ou que está em via de execução; fadiga; labutação; ação mecânica dos agentes naturais; luta; lida; (sociol.) a atividade humana aplicada à produção da riqueza; exercício; esmero; estudo ou escrito sobre algum assunto”.  Vem do latim tripaliu, que era um instrumento de tortura para os escravos, sendo o trabalhador a pessoa que torturava. Ou seja, a noção de trabalho, de algum modo, se relaciona a sofrimento e dor, algo torturante.
O conceito de trabalho se relaciona com o valor das coisas, seja um valor de uso ou um valor de troca. Aristóteles já distinguia valores nos usos das coisas. Platão já separava o trabalho segundo a diversidade natural das necessidades e a diversidade de habilidades das pessoas. Os gregos e os romanos separavam o trabalho em ato intencional gerador (poiesis no grego e opus no latim) ou transformador (ponos no grego e labor no latim). O lazer era o otium romano. Locke viu o trabalho como algo que modifica o valor das coisas que existem, de modo a se obter uma vida mais cômoda, e como algo que assegure a propriedade das coisas, possibilitando a sua troca por outros bens que sejam de interesse do proprietário. Para Locke o trabalho compreende o trabalho físico e o mental, o “trabalho em geral”, e se opõe ao lazer. Mas o conceito de trabalho da forma como conhecemos, de “força produtiva”, com um preço, só ficou claro e definido a partir de Adam Smith, há cerca de 230 anos. Smith pensava em uma regulação e “bem-estar” dos trabalhadores, segundo o aumento de sua produtividade, com um ponto de vista baseado no “interesse egoísta” das pessoas, de querer melhorias em sua condição de vida. Como exemplo pode-se citar a atividade do padeiro e do açougueiro, que, trabalhando por seus próprios interesses, expandindo e melhorando seu padrão de vida, melhoram o acesso das demais pessoas a alimentos, reduzindo custos.
Analisando-se o tema “melhoria da produtividade da destilação Pilsen, através da redução do consumo de água”, observa-se que, agindo segundo um “interesse egoísta” de se obter melhorias na produção, pode-se reduzir o custo do produto e alcançar um desenvolvimento sustentável, com menores impactos ambientais, o que pode resultar em melhorias na qualidade de vida para as pessoas em geral, resultando na ideia de “bem-estar” de Adam Smith.

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