sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Sansão e José

Sansão e José. Dois homens. Duas vidas. Diferentes. Um era toda a esperança do povo. O outro era apenas o filho mais novo. Um sabia a que veio. O outro nada sabia e nada esperava. Um era pura força. O outro pura fraqueza.
Os dois eram do mesmo povo (em diferentes épocas). Mas um se tornou juiz. O outro foi vendido como escravo.

Mas as duas histórias mostram a mesma fé, que age quando nos subtemos à "noite escura" (descrita também por São João da Cruz). Na "noite escura", é preciso ir como cegos, segurando apenas na mão de Deus.

Sansão, desde novo já preparado, titubeou. Se afastou do sofrimento, e só sofrimento encontrou. Muitas mortes causou. Abandonou seu povo. Cego de paixão, cego acabou por ficar. De juiz, passou a movedor de moinho. Mas na cegueira e na prisão, a fé recuperou. E, na cegueira, voltou a caminhar.

José, mais novo, desprezado, escravizado pelos próprios irmãos, se manteve firme em Deus. Caminhou, como cego, arrastado, chicoteado, vendido. Não era o que queria, e nem o que ninguém quer. Mesmo assim, caminhou, passo a passo. Tudo fazia bem, mesmo como escravo. E tudo prosperou. Também foi preso, injustamente e novamente. Mas continuou a caminhar, como um cego guiado para um lugar onde não sabe e nunca esteve. Numa "noite escura" que não parecia ter fim.

Sansão, a José deveu a vida. O juiz, ao escravo deveu a vida.

José perdoou. Sansão precisou do perdão. E Deus amou aos dois. E esteve sempre com eles na "noite escura" em que passaram. Aos dois, coube o papel de ter fé.

Lucas T R Freitas

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