sábado, 28 de janeiro de 2012

Cada ato seu vale um Dólar?

Cada ato seu vale um Dólar?

O Dólar é uma referência atual quando se pensa em dinheiro. Poderia se pensar em Libras, ou em Euros, ou até em ouro. A finalidade seria a mesma: um "denário" que represente alguma quantidade de "poder de compra", algo que possibilite trocar coisas diferentes, de diferentes valores. Suponha que um agricultor possa produzir cinco melancias ou 50 laranjas por dia. Ele só pode produzir uma das duas opções, pois sua terra será ocupada com as plantas. Mas ele gosta das duas frutas no café da manhã. Se ele só pode produzir uma, deverá ficar sem a outra? Uma solução seria escolher produzir uma das duas frutas e trocar o excedente com um produtor vizinho que tenha plantado a outra fruta. Além disso, o produtor pode precisar adquirir ferramentas, cavalos, arado e trator para manter sua fazenda. Ele poderia oferecer melancias em troca, mas nem todas as pessoas aceitariam melancias, seja por já terem trocado seus produtos por melancias com outros produtores ou simplesmente por não gostarem de melancias. Como as trocas são realizadas entre pessoas de diferentes gostos, que produzem diferentes bens e serviços, tornou-se necessário um "símbolo", uma moeda, capaz de possibilitar a realização de transações mais complexas do que a simples troca de uma melancia por 10 laranjas: troca-se a melancia por dinheiro, que pode ser trocado por ferramentas, adubo, tratores e até a laranja que o produtor queria em seu café matinal. Pronto, está explicado o mecanismo de troca e a origem do dinheiro.
Alguns questionamentos podem se tornar pertinentes, então. Até que ponto o tempo de uma pessoa pode valer? Porque o trabalho de algumas pessoas pode ser mais recompensado que o de outras? Quanto pode valer as ações de uma pessoa, suas falas, suas ideias? Será possível que cada ato de uma pessoa valha um Dólar? Talvez, em média, isso seja possível. Mas não faz sentido pensar que um olhar, uma respiração, uma mastigação possa ter valor monetário, já que o dinheiro representaria uma possibilidade de troca por bens/serviços: como mastigação, respiração e olhares não costumam ser remunerados, então realmente não faz sentido que valham um Dólar.
Porém, fica aqui a reflexão de que os atos podem ser remunerados: pensamentos, ideias, trabalhos, ainda que não remunerados imediatamente, como o produtor rural que aguardo pelos frutos de suas sementes e de seu trabalho constante no campo. Se cada ato for visto como uma pequena fração de trabalho, então a ideia de um Dólar por ato realizado pode passar a ter sentido: um tijolo colocado numa parede pode possibilitar um ganho de um Dólar por tijolo colocado ao fim do obra, com a abertura de uma fábrica ou de uma loja. E, dessa forma, cada ato pode sim valer um Dólar, ainda que em média.

Até a próxima. Lucas Tiago

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