terça-feira, 30 de agosto de 2011

Lista de exercícios 2 - Finanças Internacionais - Prof. B. Funchal - Agosto de 2011

Lista de exercícios 2 - Finanças Internacionais - Prof. B. Funchal - Agosto de 2011

Questão 1
Suponha a seguinte situação. Existe apenas uma cesta de bens na economia, com o preço de 100. No primeiro ano tínhamos uma taxa de câmbio de S=1, e o preço internacional da cesta era P*=100 (o preço internacional). O preço da cesta doméstica aumentou para 130 no ano seguinte, e a taxa de câmbio nominal aumentou para 1,25.

  • Calcule a taxa de câmbio real (q) nos dois anos.
  • A economia ganhou competitividade?
  • Quais fatores levaram ao aumento ou à redução de competitividade?
Resolução:
  • Cálculo da taxa de câmbio real:
q = S . P* / P
Onde:
q = taxa de câmbio real
S = taxa de câmbio nominal
P* = preço internacional da cesta de produtos
P = preço nacional da cesta de produtos

Taxa de câmbio real no primeiro ano:
q1 = S1 . P*1 / P1 = 1 . 100 / 100 = 1

Taxa de câmbio real no segundo ano:
q2 = S2 . P*2 / P2 = 1,25 . 100 / 130 = 0,9615, considerando que o preço internacional se manteve igual a 100.

  • Análise de competitividade:

A economia nacional perdeu competitividade no segundo ano devido à redução da taxa real de câmbio. Ou seja, com a mesma quantidade de moeda é possível comprar mais produtos no mercado internacional do que no mercado nacional.

  • Fatores que levaram ao aumento ou à redução de competitividade:

A taxa de câmbio nominal subiu de 1 para 1,25, o que aumentaria a competitividade. Por outro lado, o aumento do valor da cesta nacional, que foi mais intenso do que o aumento da taxa de câmbio nominal, reduziu a competitividade.

Questão 2
Utilizando a equação de Fischer, responda: se a taxa de juros nominal da economia brasileira está em 8,75% e a inflação em 4%, de quanto é (aproximadamente) a taxa de juros real do Brasil?

Resolução:
Equação de Fischer: i = φ + E(π)
Onde:
i = taxa de juros nominal
φ = taxa de juros real
E(π) = valor esperado da inflação

Logo:
i = φ + E(π)
8,75% = φ + 4%
φ = 4,75%

Questão 3
Se a expectativa de inflação no Brasil é de 4% e nos Estados Unidos é de 3%, de quanto podemos esperar que seja a desvalorização ou valorização do câmbio?

Resolução:
Utilizando-se a Paridade Relativa de Poder de Compra pode-se chegar ao valor da variação no câmbio entre Brasil e Estados Unidos.

Paridade Relativa de Poder de Compra:
Δ%S = E(π1) - E(π2)
Onde:
Δ%S = Variação percentual no câmbio
E(π1) = Valor esperado da inflação no país 1
E(π2) = Valor esperado da inflação no país 2


Logo:
Δ%S = E(πBR) - E(πUS) = 4% - 3% = 1%, o que indica valorização do câmbio brasileiro em 1% frente ao câmbio estado-unidense.


Questão 4
Suponha que você esteja operando no mercado de opções de câmbio. Se o preço de exercício de uma opção de compra é 1,65, o valor do dólar hoje é de 1,79 e o valor da opção é de 0,18, qual o valor intrínseco e o valor extrínseco dessa opção?


Resolução:
Preço da Call (opção de compra) do dólar = 0,18
Preço de exercício da Call (preço de compra) do dólar = 1,65
Valor do dólar hoje = 1,79


Cálculo do valor intrínseco da opção:
Ce = max {0, St - E}
Onde:
Ce = valor da Call európeia na data de exercício
St = valor do dólar hoje
E = preço de exercício da Call


Logo, como o valor intrínseco da Call é igual ao valor da Call na data de exercício: 
Ce = max {0, 1,79 - 1,65} = 0,14


Cálculo do valor extrínseco da opção:
Valor extrínseco da Call = Valor da Call - Valor da Call na data de exercício = 0,18 - 0,14 = 0,04


Questão 5
Suponha que você esteja operando no mercado de opções de câmbio. Se o preço de exercício de uma opção de compra é 1,65 e o valor do dólar no dia do exercício é de 1,79, qual o valor da opção nesse dia?


Resolução:
Cálculo do valor da Call na data de exercício:
Ce = max {0, St - E}
Onde:
Ce = valor da Call európeia na data de exercício
St = valor do dólar hoje
E = preço de exercício da Call

Ce = max {0, 1,79 - 1,65} = 0,14



Questão Extra
Suponha que a taxa de câmbio indireta S(R$/USD) = 1,60 e que o contrato futuro é F12(R$/USD) = 1,92. O que podemos dizer sobre o diferencial de inflação entre Brasil e US? Qual paridade você estaria utilizando? De quanto é a expectativa de (des)valorização da moeda?


Resolução:
FRPPP (Forward Rate Purchasing Power Parity - Paridade "Coberta" de Poder de Compra):
(F - S) / S = E(π1) - E(π2)

Onde:
F = valor futuro contratado para a taxa de câmbio
S = cotação do dólar na data de hoje
E(π1) = valor esperado da inflação no país 1
E(π2) = valor esperado da inflação no país 2

Logo, utilizando a Paridade "Coberta" de Poder de Compra, pode-se dizer que a diferença de inflação entre Brasil e Estados Unidos é de:
(1,92 - 1,60) / 1,60 = E(πBR) - E(πUS)
E(πBR) - E(πUS) = 0,20 = 20%

O resultado acima indica uma desvalorização de 20% na moeda brasileira, pois os gastos em Reais requerem maior quantidade de dinheiro para adquirirem uma mesma cesta de produtos.

sábado, 27 de agosto de 2011

Exercícios de Finanças Internacionais

Questão 1
Assuma que S($/R$) = 0,66 e F3($/R$) = 0,73. Qual a taxa de juros anual implícita neste contrato a termo de 3 meses?

Resolução:
A forma de cálculo da taxa de juros implícita é dada pela seguinte fórmula:
fN,$ = (FN(j/$) - S(j/S)) / S(j/S) . 360/dias
onde:
fN,$ = taxa de prêmio/desconto
FN = cotação futura contratada
S = cotação atual
A equação acima informa a taxa de prêmio/desconto futuro na operação a termo em função da moeda $.

Calculando a taxa de prêmio/desconto para o dólar:
- Passo 1: converter as cotações dadas no exercício para cotações indiretas, do tipo (R$/$)
Como S($/R$) = 0,66, logo: S(R$/$) = 1/0,66 = 1,515151
Como F3($/R$) = 0,73, logo: F3(R$/$) = 1/0,73 = 1,369863

- Passo 2: calcular a taxa de prêmio/desconto
Como o contrato futuro é para 3 meses, consideramos 3 meses = 90 dias.
f3,$ = (F3(R$/$) - S(R$/$)) / S(R$/$) . 360/90 = (1,369863 - 1,515151) / 1,515151 . 360/90 = - 0,383561643
Logo, pode-se dizer que o contrato futuro dá uma taxa anual de desconto para o dólar de aproximadamente 40%.

Questão 2
Suponha os seguintes dados sobre o Balanço de Pagamentos Brasileiro no mês de setembro de 2009:

a) Exportação no valor de 850 milhões
b) Transferências unilaterais no valor de 20 milhões
c) Importação no valor de 550 milhões
d) Frete no valor de -170 milhões
e) Lucros e dividendos enviados ao exterior no valor de 200 milhões
f) Importação financiada por capital estrangeiro no valor de 100 milhões
g) Investimento estrangeiro direto no valor de 240 milhões
h) Amortização de dívida no valor de 170 milhões

Agora responda:
- qual o saldo em Transações Correntes do Brasil no referido mês?
- Qual o saldo da Balança Comercial, de Serviços e da conta Capital Autônomo?
- O Brasil poderia fazer um empréstimo ao FMI no valor de 100 milhões? Se positivo, quanto sobraria de reserva?

Resolução:

Transações correntes
 - Balança Comercial
+ 850 a) Exportação no valor de 850 milhões
- 550 c) Importação no valor de 550 milhões
- 100 f) Importação financiada por capital estrangeiro no valor de 100 milhões
*Saldo da balança comercial = 200 milhões

 - Balança de Serviços
-170 d) Frete no valor de -170 milhões
-200 e) Lucros e dividendos enviados ao exterior no valor de 200 milhões
*Saldo da balança de serviços = - 370 milhões

 - Transferências unilaterais
+ 20 b) Transferências unilaterais no valor de 20 milhões
*Saldo de transferências unilaterais = 20 milhões

* Saldo de transações correntes = - 150 milhões

Capitais
+ 100 f) Importação financiada por capital estrangeiro no valor de 100 milhões
+ 240 g) Investimento estrangeiro direto no valor de 240 milhões
-170 h) Amortização de dívida no valor de 170 milhões

*Saldo de Capitais = 170 milhões

Caixa (o saldo do resto do mundo perante o país)
- 850 a) Exportação no valor de 850 milhões
- 20 b) Transferências unilaterais no valor de 20 milhões
+ 550 c) Importação no valor de 550 milhões
+ 170 d) Frete no valor de -170 milhões
+ 200 e) Lucros e dividendos enviados ao exterior no valor de 200 milhões
+ 100 f) Importação financiada por capital estrangeiro no valor de 100 milhões
- 100 f) Importação financiada por capital estrangeiro no valor de 100 milhões
- 240 g) Investimento estrangeiro direto no valor de 240 milhões
+ 170 h) Amortização de dívida no valor de 170 milhões
*Total em caixa = - 20 milhões

Como o Brasil apresenta Saldo positivo de 20 milhões, o valor que ele poderia emprestar ao FMI seria o valor de 20 milhões. Logo, ele não pode emprestar ao FMI o valor de 100 milhões.

Lista de exercícios 1 - Finanças Internacionais - Prof. B. Funchal - Agosto de 2011

Lista de exercícios 1 - Finanças Internacionais - Prof. B. Funchal - Agosto de 2011


Questão 1
Suponha os seguintes dados sobre o Balanço de Pagamentos Brasileiro no mês de Agosto de 2010:

a) Exportação no valor de 650 milhões
b) Transferências unilaterais no valor de 50 milhões
c) Importação no valor de 400 milhões
d) Frete no valor de -70 milhões
e) Lucros e dividendos enviados ao exterior no valor de 100 milhões
f) Lucros reinvestidos no país no valor de 250 milhões
g) Investimento estrangeiro direto no valor de 300 milhões
h) Empréstimo para o FMI no valor de 20 milhões
i) Amortização de dívida no valor de 70 milhões

Agora responda:
- Qual o saldo em Transações Correntes do Brasil no referido mês?
- Qual o saldo da Balança Comercial, de Serviços e da conta Capital Autônomo?
- O Brasil teve perda de reserva?

Resolução:
Transações correntes
- Balança Comercial
+ 650 a) Exportação no valor de 650 milhões
- 400 c) Importação no valor de 400 milhões
*Saldo da balança comercial = 250 milhões

- Balança de Serviços
- 70 d) Frete no valor de -70 milhões
- 100 e) Lucros e dividendos enviados ao exterior no valor de 100 milhões
- 250 f) Lucros reinvestidos no país no valor de 250 milhões
*Saldo da balança de serviços = - 420 milhões

- Transferências unilaterais
+ 50 b) Transferências unilaterais no valor de 50 milhões
*Saldo de transferências unilaterais = 50 milhões

* Saldo de transações correntes = - 120 milhões

Capitais
+ 250 f) Lucros reinvestidos no país no valor de 250 milhões
+ 300 g) Investimento estrangeiro direto no valor de 300 milhões
- 20 h) Empréstimo para o FMI no valor de 20 milhões
- 70 i) Amortização de dívida no valor de 70 milhões

*Saldo de Capitais = 460 milhões

Caixa (o saldo do resto do mundo perante o país)
- 650 a) Exportação no valor de 650 milhões
- 50 b) Transferências unilaterais no valor de 50 milhões
+ 400 c) Importação no valor de 400 milhões
+ 70 d) Frete no valor de -70 milhões
+ 100 e) Lucros e dividendos enviados ao exterior no valor de 100 milhões
+ 250 f) Lucros reinvestidos no país no valor de 250 milhões
- 250 f) Lucros reinvestidos no país no valor de 250 milhões
- 300 g) Investimento estrangeiro direto no valor de 300 milhões
+ 20 h) Empréstimo para o FMI no valor de 20 milhões
+ 70 i) Amortização de dívida no valor de 70 milhões
*Total em caixa = - 340 milhões

Como o Brasil apresenta Saldo positivo de 340 milhões, ele apresentou ganho de reservas.

Questão 2
Suponha que com 1 real você possa comprar 0,56 dólar e que com 1 peso argentino você possa comprar 0,32 dólar. Qual a taxa de câmbio cruzada peso/real?

Resolução:

1 real = 0,56 dólar
1 peso = 0,32 dólar

Como o dólar é a moeda em comum nas taxas de câmbio acima, tem-se:
1US$ = 1,785714286 R$
1US$ = 3,125 Peso Argentino

Logo:
1,785714286 R$ = 3,125 Peso Argentino

Logo:
1 R$ = 1,75 Peso Argentino
1 Peso Argentino = 0,571428571 R$

Respondendo a questão:
A taxa de câmbio cruzada Peso/Real:
S(Peso/R$) = 1,75

Questão 3
Suponha que:
Banco do Brasil anunciou que vende dólares à taxa 0,56 por real;
Banco de Paris compra Euros à taxa 0,85 por dólar.
- Qual é a taxa de Câmbio Cruzada (EUR/Real)?

Assuma agora que o Barings troque Euros por Dólares (ou seja, compre Euros) à taxa 1,30 Dólares por Euro.
- Monte uma arbitragem trinagular no valor de 100 mil reais e diga a porcentagem de ganho.

Resolução:

  • Taxa de Câmbio Cruzada S(Euro/Real):

Se o Banco do Brasil vende Dólares à taxa S(US$/R$) = 0,56 e o Banco de Paris compra Euros à taxa S(EUR/US$) = 0,85, pode-se encontrar a taxa cruzada S(EUR/R$) da seguinte forma:

- Passo 1 - valores em função da moeda em comum entre os bancos:
Como a moeda em comum nos dois bancos é o dólar, tem-se:
1 real = 0,56 dólar
1 dólar = 0,85 euro

Como 1 real = 0,56 dólar:
1 dólar = 1,785714286 reais

Logo:
1,785714286 reais = 0,85 euro

Passo 2 - Cálculo da taxa de câmbio cruzada S(EUR/Real):
S(EUR/R$) = 0,85 Euro/ 1,785714286 Real = 0,476 Euro/Real

  • Montagem de Arbitragem Triangular
Regras de mercado:
Banco do Brasil: Pega Reais e Entrega Dólares
Banco de Paris: Pega Euros e Entrega Dólares
Banco Barings: Pega Euros e Entrega Dólares

Logo, como o mercado só pega Reais e Euros, a única troca possível de se realizar é a troca de Reais por Dólares no Banco do Brasil.

Observação:
Considerando-se que as taxas de câmbio também sejam as mesmas para as operações reversas em cada banco e que eles realizem essas operações, pode-se realizar a arbitragem triangular.

Dinheiro existente: 100.000 reais

Passo 1 - para disponibilizar o dinheiro em moeda conversível no mercado internacional:
Troca dos reais por dólares no Banco do Brasil: 100.000 reais → 56.000 US$

Passo 2 - arbitragem triangular:
Troca dos 56.000 dólares por Euro no Banco de Paris → 47.600 Euros (troca por dólar no Barings) → 61.880US$

Passo 3 - nacionalizar a moeda;
Troca dos 61.880 dólares por reais no Banco do Brasil → 110.500 Reais

A porcentagem de ganho é dada por:
(110.500 - 100.000) / 100.000 = 10,5%


Questão 4
Assuma que S($/R$) = 0,56 e F12 ($/R$) = 0,53. Qual a taxa de juros anual implícita neste contrato a termo?

Resolução:

Taxa anual de Prêmio/Desconto com base em reais:
f12,R$ = (F12($/R$)-S($/R$)) / S($/R$) . T/t = (0,53 - 0,56) / 0,56 . 12 / 12 = - 0,053571428 ≈ - 5,3%
Em reais há taxa de desconto de 5,3%.

Taxa anual de Prêmio/Desconto com base em dólares: 
f12,$ = (F12(R$/$)-S(R$/$)) / S(R$/$) . T/t = ((1 / 0,53) - (1 / 0,56)) / (1 / 0,56) . 12 / 12 = 0,056603773 ≈ 5,6%
Em dólares há taxa com um prêmio de 5,6%.

Questão 5
Utilizando o conceito de paridade coberta de taxa de juros, diga se existe a possibilidade de arbitragem na seguinte situação:
- a taxa de câmbio vigente Real/Dólar é de 1,79, o contrato a termo de 12 meses é de 1,82.
- a taxa de juros brasileira hoje é de 8,75% e a Americana é de 1,25%.

Resolução:
Pela paridade "coberta" de taxa de juros, tem-se:
(1 + ius) = S / F . (1 + iBR)

Onde:

F = taxa de câmbio futura contratada para o tempo t
S = taxa de câmbio nominal
T = período (anual, semestral, mensal)
ius = taxa de juros nos US
ibr = taxa de juros no Brasil

Logo:
(1 + 1,25%) = 1,79 / 1,82 . (1 + 8,75%), se houver paridade "coberta" de taxa de juros.
(1,0125) = (1,069574176), o que é falso.

Como não há paridade "coberta" de taxa de juros, é possível realizar uma arbitragem especulativa entre reais e dólares de forma a obter lucro.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Lista de exercícios 3 - Finanças Internacionais - Prof. B. Funchal - Agosto de 2011

Lista de exercícios 3 - Finanças Internacionais - Prof. B. Funchal - Agosto de 2011


Dúvidas e respostas (favor avisar se encontrar erros)

Questão 1
Suponha a seguinte situação. Existe apenas uma cesta de bens na economia, com o preço de 100. No primeiro ano tínhamos uma taxa de câmbio de S=1 e o preço internacional da cesta era P*=100 (o preço internacional). O preço da cesta doméstica aumentou para 120 no ano seguinte, e a taxa de câmbio nominal aumentou para 1,05 e P* para 95.
- Calcule a taxa de câmbio real (q) nos dois anos.
- A economia ganhou competitividade?
- Quais fatores levaram ao aumento ou à redução de competitividade?

Resolução:
  • Cálculo da taxa de câmbio real:
Taxa de câmbio real no primeiro ano:
q1 = S1 . P1* / P1
q1 = 1 . 100 / 100 = 1

Taxa de câmbio real no segundo ano:
q2 = S2 . P2* / P2
q2 = 1,05 . 95 / 120 = 0,83125
  • Análise de Competitividade
A cesta nacional perde competitividade frente à cesta internacional, pois fica mais cara em moeda estrangeira.
  • Análise dos fatores que levam ao aumento ou à redução de competitividade:
O aumento da taxa de câmbio nominal aumenta a competitividade da cesta de bens da economia nacional.
Por outro lado, o aumento do preço da cesta doméstica reduz sua competitividade no mercado. A queda do preço da cesta internacional também reduz a competitividade nacional. Como o aumento de preço foi mais intenso do que o aumento da taxa de câmbio nominal, os produtos nacionais perdem competitividade no mercado.

Questão 2
Assuma que S($/R$) = 0,70 e F6($/R$) = 0,56. Qual a taxa de juros anual implícita neste contrato a termo de 6 meses?

Resolução:
S($/R$) = 0,70
Logo: S(R$/$) = 1,428571429
F6($/R$) = 0,56
F6(R$/$) = 1,785714286

Taxa anual de Prêmio/Desconto com base em reais:
f12,R$ = (F12($/R$)-S($/R$)) / S($/R$) . T/t = (0,56 - 0,70) / 0,70 . 12 / 6 = - 0,4 ≈ - 40%
Em reais há taxa de desconto de 40%.

Taxa anual de Prêmio/Desconto com base em dólares:
f12,$ = (F12(R$/$)-S(R$/$)) / S(R$/$) . T/t = ((1 / 0,56) - (1 / 0,70)) / (1 / 0,70) . 12 / 6 = 0,5 ≈ 50%
Em dólares há taxa com um prêmio de 50%.

Questão 3
Suponha que você esteja operando no mercado de opções de câmbio. Se o preço de exercício de uma opção de compra é 1,79, o valor do dólar hoje é de 1,85 e o valor da opção é de 0,18, qual o valor intrínseco e o valor extrínseco dessa opção?

Resolução:
Preço da Call (opção de compra) do dólar = 0,18
Preço de exercício da Call (preço de compra) do dólar = 1,79
Valor do dólar hoje = 1,85

Cálculo do valor intrínseco da opção:
Ce = max {0, St - E}
Onde:
Ce = valor da Call európeia na data de exercício
St = valor do dólar hoje
E = preço de exercício da Call

Logo, como o valor intrínseco da Call é igual ao valor da Call na data de exercício:
Ce = max {0, 1,85 - 1,79} = 0,06

Cálculo do valor extrínseco da opção:
Valor extrínseco da Call = Valor da Call - Valor da Call na data de exercício = 0,18 - 0,06 = 0,12

Questão 4 - não tem

Questão 5
Utilizando o conceito de paridade coberta de taxa de juros, diga se existe a possibilidade de arbitragem na seguinte situação:
- a taxa de câmbio vigente Real/Dólar é de 1,65, o contrato a termo de 6 meses é de 1,82.
- a taxa de juros brasileira hoje é de 10,75% e a americana é de 1,25%.

Resolução:

Por favor, confirmar se as três formas de resolução abaixo estão corretas.

S (R$/US$) = 1,65
F6 (R$/US$) = 1,82 = Contrato a termo de 6 meses
ibr = 10,75%
ius = 1,25%

Existe arbitragem?

Formas de resolução (por paridade "coberta" de taxa de juros):

Forma de resolução 1 (forma preferencial de resolução):
Investindo 100 dólares, por 6 meses (devido ao contrato a termo):

- nos USA: 100 US$ (1 + ius/2) = 100 US$ (1+0,0125/2) = 100,625 US$

- no Brasil:
Passo 1 - converter dólar para real: 100 US$ = S(R$/US$) . 100US$ = 1,65 R$/US$ . 100US$ = 165 R$
Passo 2 - aplicar no Brasil por 6 meses: 165 R$ (1 + ibr/2) = 173,87 R$
Passo 3 - trocar reais por dólares: 173,87 R$ / F(R$/US$) = 173,87 R$ / 1,82 = 95,53 US$

Como os investimentos não oferecem os mesmos resultados, logo não existe paridade "coberta" de taxa de juros.

Forma de resolução 2:
Se houver paridade "coberta" de juros:

(1+ius) = S/F . (1+ibr)
subtraindo 1 de cada lado da equação, tem-se:
(1+ius) - 1 = S/F . (1+ibr) - 1

Ajeitando, tem-se:
(Ft-S) / S . T/t = (ibr-ius) / (1+ius)
Onde:
Ft = taxa de câmbio futura contratada para o tempo t
S = taxa de câmbio nominal
T = período (anual, semestral, mensal)
ius = taxa de juros nos US
ibr = taxa de juros no Brasil

Logo:
(F-S) / S . 12/6 = (ibr-ius) / (1+ius)

Então:
(1,82-1,65)/1,65 . 12/6 = (0,1075 - 0,0125) / (1+0,0125)
0,206060606 = 0,0938
Como a afirmativa acima é falsa, logo não há paridade "coberta" de taxa de juros

Forma de resolução 3:
Se houver paridade "coberta" de juros:

(1+ius) = S/F . (1+ibr)
subtraindo 1 de cada lado da equação, tem-se:

F = taxa de câmbio futura contratada para o tempo t
S = taxa de câmbio nominal
T = período (anual, semestral, mensal)
ius = taxa de juros nos US
ibr = taxa de juros no Brasil

Logo, como a taxa contratada é semestral:
(1+ius/2) = S/F . (1+ibr/2)

Então:
(1+0,0125/2) = 1,65/1,82 . (1+ 0,1075/2)
0,9553 = 0,5125
Como a afirmativa acima é falsa, logo não há paridade "coberta" de taxa de juros

Questão 6
Assuma que S($/R$) = 0,66 e F3($/R$) = 0,73. Qual a taxa de juros anual implícita neste contrato a termo de 3 meses?

Resolução:
S($/R$) = 0,66
Logo: S(R$/$) = 1,515151515
F3($/R$) = 0,73
F3(R$/$) = 1,369863014

Taxa anual de Prêmio/Desconto com base em reais:
f3,R$ = (F3($/R$)-S($/R$)) / S($/R$) . T/t = (0,73 - 0,66) / 0,66 . 12 / 3 = 0,424242424 ≈ 42,4%
Em reais há taxa com um prêmio de 42,4%.

Taxa anual de Prêmio/Desconto com base em dólares:
f3,$ = (F3(R$/$)-S(R$/$)) / S(R$/$) . T/t = ((1 / 0,73) - (1 / 0,66)) / (1 / 0,66) . 12 / 3 = - 0,383561643
≈ - 38,36%
Em dólares há taxa de desconto de 38,36%.

Questão 7
Descreva a relação entre as seguintes paridades:

a) Equação de Fischer Internacional e Paridade de Taxa de Juros Descoberta
b) Paridade de Taxa de Juros descoberta e Paridade Cambial
c) Paridade Poder de Compra e Equação de Fischer

Resolução:
Para resolver a questão é necessário saber que:

PPPabsoluta (Purchasing Power Parity - Paridade de Poder de Compra):
P = S . P*
Onde:
P = Preço nacional de uma cesta de produtos
S = Taxa de câmbio à vista
P* = Preço da cesta de produtos no outro país

PPPrelativa (Purchasing Power Parity - Paridade de Poder de Compra):
S = P / P*
St+1 - St = (Pt+1 - Pt) / (P*t+1 - Pt)
log (St+1 - St) = log ((Pt+1 - Pt) / (P*t+1 - P*t))
log (St+1 - St) = log (Pt+1 - Pt) - log (P*t+1 - Pt)
Δ%S = Δ%P - Δ%P*
Δ%S = E(π1) - E(π2)

Equação de Fischer (Fischer Equation):
i = φ + E(π)
Onde:
i = taxa nominal de juros
φ = taxa real de juros
E(π) = expectativa de inflação

IFE (International Fischer Equation - Equação Internacional de Fischer):
Se as taxas de juros reais forem iguais em dois países, ou seja, φ= φ2, a diferença entre as taxas de juros dos países será dada pela variação da inflação:
i1-i2 = φ1 + E(π1) - (φ2 + E(π2)) = E(π1) - E(π2)
Pela PPPrelativa (Paridade de Poder de Compra relativa), tem-se:
Δ%S = E(π1) - E(π2) = i1-i2
O que dá a Equação Internacional de Fischer:
Δ%S = i1-i2

FEP (Forward Expectations Parity - Paridade Cambial):
Δ%S = (F - S) / S

Paridade "Descoberta" de Poder de Compra:
Assumindo que F = E(St+1), pela FEP (Paridade Cambial) tem-se:
E(π1) - E(π2) = (St+1 - St) / St

FRPPP (Forward Rate Purchasing Power Parity - Paridade "Coberta" de Poder de Compra):
E(π1) - E(π2) = (F - S) / S

IRP (Interest Rate Parity - Paridade "Coberta" Taxa de Juros):
i1-i2 = (F - S) / S

a) Equação de Fischer Internacional e Paridade de Taxa de Juros Descoberta
IFE: Δ%S = i1-i2
IRP: i1-i2 = (F - S) / S

Considerando F = St+1, tem-se:
i1-i2 = (St+1 - St) / St, que é a Paridade de Taxa de Juros Descoberta

Logo por transitividade da proposição acima Δ%S = (St+1 - St) / St.
b) Paridade de Taxa de Juros descoberta e Paridade Cambial

Paridade Cambial (FEP - Forward Expectations Parity):
Δ%S = (F - S) / S
i1 - i2 = (St+1 - St) / St que é a paridade de juros descoberta

Pela IRP (Interest Rate Parity - Paridade de taxa de Juros):
i1 - i2 = (F - S) / S

Logo, por transitividade, tem-se:
Δ%S = (St+1 - St) / St
O que significa que a diferença entre as taxas de juros é igual à variação "descoberta" das taxas de câmbio atual e futura.

c) Paridade Poder de Compra e Equação de Fischer

Paridade do Poder de Compra (PPP - Purchasing Power Parity):
P = S . P*

S = P / P*
St+1 - St = (Pt+1 - Pt) / (P*t+1 - Pt)
log (St+1 - St) = log ((Pt+1 - Pt) / (P*t+1 - P*t))
log (St+1 - St) = log (Pt+1 - Pt) - log (P*t+1 - Pt)
Δ%S = Δ%P - Δ%P*
Δ%S = E(π1) - E(π2), que é a PPPrelativa

Equação de Fischer:
i = φ + E(π)

A PPP se relaciona com a equação de Fischer através da inflação, que é baseada na variação dos preços. Ou seja, variações de preços fazem a taxa de juros nominal dos países oscilarem.

Assim, a diferença entre as taxas de juros é igual à diferença entre as inflações dos países:
i1-i2 = φ1 + E(π1) - (φ2 + E(π2)) = E(π1) - E(π2)
i1-i2 =  E(π1) - E(π2)

Se Δ%S = E(π1) - E(π2)i1-i2 =  E(π1) - E(π2), por transitividade, tem-se:
Δ%S = i1-i2

sábado, 20 de agosto de 2011

Graças e colaborações

"Deus pode enriquecer vocês com toda a espécie de graças, para que tenham sempre o necessário em tudo e ainda fique sobrando alguma coisa para poderem colaborar em qualquer boa obra".
2 Cor, 9, 8

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Débito automático

O débito automático pode ser muito útil, especialmente para pessoas que vivem sozinhas, em caso de acidentes. Enquanto se está no hospital, os gastos com planos de saúde e demais contas são abatidos na conta, enquanto possíveis créditos, como aposentadoria, continuam a entrar na conta.